Este domingo, a concentração em Ancara junto ao local do atentado foi atacada pela polícia à bastonada e com gás lacrimogéneo. O alvo foi a delegação que pretendia deixar cravos em sinal de homenagem às vítimas, onde se incluíam os co-presidentes do partido HDP, vários deputados e líderes sindicais.
“Continuaremos a lutar até que este governo fascista e os assassinos sejam responsabilizados”, afirmou o presidente da Confederação de Sindicatos Progressistas (DISK), uma das organizações que promoveram a manifestação pelo fim dos ataques aos curdos e o regresso do cessar-fogo. As organizações promotoras do protesto convocam agora uma greve geral para segunda e terça-feira.
A tarde de sábado ficou marcada por protestos em várias cidades turcas, com milhares de pessoas nas ruas a acusar o governo de estar por trás do atentado que fez, segundo os números oficiais divulgados no sábado à noite, 95 mortos e mais de 200 feridos. O centro de crise montado pelo partido HDP e outras organizações presentes na manifestação registou mais de 128 nomes de vítimas mortais e 400 feridos.
“Nunca deixaremos que enterrem estes massacres. Chegarão os dias em que os que instigaram e planearam os massacres e também os políticos que são responsáveis por eles e os que os levaram a cabo serão levados a tribunal”, afirma o HDP em comunicado publicado este domingo, acusando o poder político de estar ligado a organizações mafiosas e aos gangs do Estado Islâmico e Ahrar ash-Sham.
Logo após os atentados, o PKK anunciou que não iria prosseguir com ações ofensivas contra a polícia e o exército turco até às eleições marcadas para 1 de novembro, exceto em caso de ataque de Ancara. Na resposta, o governo bombardeou posições curdas no sudeste do país, matando 14 pessoas, e no norte do Iraque.