Os apontamentos foram feitos durante o Exame Periódico Universal (EPU) aos Estados Unidos, em que países desenvolvidos e em desenvolvimento recomendaram a Washington ficar em dia com os seus compromissos adquiridos com o Sistema Universal de Direitos Humanos.
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A delegação dos EUA fedendeu as bandeiras que aplica em relação aos direitos humanos, mas porta-vozes de outras nações mencionaram as graves violações estadunidenses, entre elas o uso desproporcional das forças policiais contra civis, a discriminação racial e o uso de drones contra civis.
Países como a Venezuela recomendaram o fechamento das prisões de Guantánamo e Abu Ghraib e dos campos de detenção de NAMA e BALAD e a moratória ou eliminação da pena de morte.
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O embaixador Jorge Valero, representante permanente da Venezuela em Genebra, recomendou que os EUA ratifiquem todos os convênios internacionais de direitos humanos e seus protocolos; os da Organização Internacional do Trabalho, do Sistema Interamericano e o Estatuto de Roma.
Valero insistiu em que os EUA devem derrogar "o infame decreto contra a Venezuela" e as demais medidas coercitivas unilaterais impostas a países soberanos, e respeitar o direito à livre determinação e fim da ingerência contra a Venezuela.
Entre a lista de recomendações formuladas pela Venezuela, destacaram: "Que os Estados Unidos extraditem Luis Posada Carriles e os demais terroristas solicitados pela Venezuela; que proíba o uso da tortura e puna quem a pratique, assim como os responsáveis pelo uso da força letal contra pessoas afro-americanas e de origem latina, indenizando as vítimas desses atos".
O Governo do presidente Nicolás Maduro recomendou aos EUA que acabe e proíba a espionagem de comunicações e dados privados das pessoas ao redor do mundo.
Também recomendou que a nação norte-americana derrogue a Emenda da escravidão e que proíba esta prática contra os trabalhadores agrícolas, especialmente mulheres e crianças, decretando também a licença-maternidade obrigatória e a igualdade dos salários entre homens e mulheres, assim como o estabelecimento de uma instituição nacional de direitos humanos, segundo os Princípios de Paris.
"O mundo está dizendo aos EUA que se ocupe em melhorar suas políticas e práticas de direitos humanos, âmbitos onde pretende se colocar como juiz universal, quando está longe de acabar com a deplorável tradição de desrespeito a esses direitos, tanto em seu território como no exterior", agregou o diplomata venezuelano.