Os resultados da investigação coincidem com a exoneração, na quarta-feira (4), de Darren Wilson, o policial branco que matou em agosto passado o adolescente afro-americano Michael Brown, de 19 anos, nessa mesma localidade. Segundo o relatório do Departamento de Justiça, encontrou-se evidência de um padrão inconstitucional na atuação da polícia local contra residentes negros, o que incluiu detenções, intimações e uso da força injustificados.
De acordo com Holder, esta investigação revelou que os policiais de Ferguson – onde cerca de dois terços da população é negra – violaram rotineiramente a Quarta Emenda da Constituição dos EUA mediante a detenção de pessoas sem suspeita razoável, detenções sem causa provável, e o uso excessivo da força.
O funcionário descreveu uma comunidade "profundamente polarizada" e assinalou que uma "profunda desconfiança e a hostilidade frequente caracterizam as interações entre a polícia e os residentes da área". Holder pediu que os líderes de Ferguson tomem "medidas corretivas imediatas" e defendeu uma "reconciliação para reduzir e eliminar os preconceitos, e para salvar as diferenças e construir entendimento".
Veículos de imprensa estadunidenses divulgaram, na quarta-feira (4), que em Ferguson 85% das abordagens de trânsito nos últimos dois anos foram a motoristas negros, enquanto os afro-americanos foram alvo de 88% dos casos de uso excessivo da força policial de 2010 a 2014.