Vídeos colocados na Internet e imagens das tevês captadas na localidade mostram uma cidade praticamente em ruínas, com centenas de edificações ardendo ainda pelo fogo devido às explosões. A cidade está numa zona dada por "perdida" há pouco pelo governo de Kiev.
Unido às incursões dos aviões caça e os golpes de artilharia pesada a partir das colinas de Karachun, um dos pontos estratégicos controlado pelas forças regulares, os esquadrões da Guarda Nacional, com o emprego de franco-atiradores continuavam a metralhar os povoados da periferia e o centro urbano, densamente povoado.
Representantes das milícias populares declararam à agência ITAR-TASS que projéteis de grosso calibre atingiram numerosas moradias, restaurantes, uma fábrica de móveis e a empresa de comunicações.
Ao menos cinco mortos, entre eles uma menor, e dezenas de feridos entre a população civil deixaram como saldo os ataques nas últimas horas sobre esta cidade, convertida em símbolo da resistência no Donbass à operação de castigo contra as regiões rebeldes do oriente ucraniano, desde meados de abril.
O prefeito popular de Slavyansk, Vyacheslav Ponomariov comentou que o número de vítimas é tal que as ambulâncias não dão conta de atender todos os telefonemas de emergência, relatou o Primeiro Canal da televisão russa.
Na cidade ardem fábricas, usinas e oficinas, e os moradores também relataram destruição parcial da igreja mais antiga da cidade, acrescentou Ponomariov, citado por vários noticiários. As milícias de resistência asseguraram que o exército ucraniano emprega na operação de assalto, para a tomada total de Slavyansk os sistemas coheteriles Grad, de impacto letal e em massa, descreveram os noticiários de último minuto no canal Rossia 24.
Miroslav Rudenko, um dos líderes das milícias do Donbass, associou o recrudescimento dos ataques nesse território pelas forças de Kiev com a tomada de posse do presidente Piotr Poroshenko, no último sábado. Poroshenko, sublinhou Rudenko, deixou claro em seu primeiro discurso inaugural sua oposição à federalização, um direito que nos negam, igualmente em relação com o status federal do idioma russo.
Deu a entender que não tem a intenção de um diálogo pleno com os habitantes de Donbass, e sua negativa em decretar um cessar-fogo é uma demonstração de suas intenções agressivas em relação aos moradores das Repúblicas de Donetsk e Lugansk, sentenciou o dirigente.
A seu julgamento, tal postura complica o caminho para uma saída pacífica do conflito, enquanto a realidade no sudeste do país se distancia muito dos pronunciamentos oficiais de Poroshenko, segundo Rudenko.