Numa conferência de imprensa em Iruñea, Jaione Karrera, a advogada de Tomé, afirmou que este está a ser submetido a um tratamento cruel e desumano, o que constitui uma violação do que está estipulado na Constituição espanhola e na Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Karrera recordou ainda que a legislação espanhola prevê a libertação dos presos em estado terminal e dos que têm doenças graves e incuráveis, como é o caso do preso tafalhês, e sublinhou a necessidade de que Tomé seja assistido por médicos de confiança em Nafarroa, uma vez que a prisão não é local adequado para o tratamento.
Para a advogada, a suspensão da pena de Tomé «não pode nem deve estar condicionada por nenhum requisito de índole política ou pessoal, como o arrependimento ou o pedido de perdão», como acontece tantas vezes às presas e aos presos políticos bascos. Assim, espera que o pedido de suspensão efectuado em Março tenha uma resposta rápida, pois «não se pode continuar a prejudicar a saúde de Ventura Tomé nem mais um minuto».
Kristina Gracia, companheira de Tomé, recordou que o preso de Tafalla também teve cancro da próstata e que, nas 38 sessões de radioterapia a que foi submetido, nunca lhe tiraram as algemas. Gracia também tem cancro e, por isso, não se pode deslocar a Múrcia, estando há seis meses sem ver o seu companheiro. «Estão a aplicar-lhe uma sentença de morte. Estão a usar a sua doença para se vingarem de forma cruel. Queremos que regresse a casa e vivo», acrescentou.
Concentração em Pamplona
Como acontece todas as segundas-feiras, realizou-se no dia 2 uma concentração frente à sede do PP na capital navarra para reivindicar o direito dos presos políticos bascos a viver no País Basco.
Na iniciativa, que contou com a participação de 82 pessoas, exibiram-se faixas com as seguintes inscrições: «Euskal Preso eta Iheslariak Herrira», «A dispersão mata» e «Não aos julgamentos políticos».