Mais um negro libertado das prisões norte-americanas depois de passar décadas pagando por um crime que não cometeu. Na verdade dessa vez, trata-se de uma mulher negra.
Mary Virginia Jones foi condenada em 1981 por cumplicidade em assassinato, sequestro e roubo praticados por seu companheiro na época, Mose Willis. Agora aos 74 foi finalmente inocentada. 32 anos depois da condenação.
"Minha mãe nunca vacilou na crença de provar sua inocência, e o fato de que ela nunca deveria ter sido presa", disse a filha de Jones, Demitra Jones-Goodie.
Um grupo de estudantes da Universidade da Califórnia do Sul provou que Virginia foi ameaçada para se envolver no caso de seqüestro e morte do qual foi acusada de ser cúmplice. Em entrevistas e na defesa discutiram o problema de que ela jamais teria sido condenada se isso tivesse sido levado em consideração. Eles também utilizaram testemunhos de especialistas em violência doméstica para discutir a situação em que Jones estava envolvida.
Willis, detido e condenado à pena capital, morreu quando aguardava a execução no corredor da morte.
Como Virginia Jones, são comuns os casos de condenação de inocentes, principalmente negros pelas cortes norte-americanas. O que é grave num país onde muitas condenações são de pena de morte ou de prisão perpétua.
Apenas em 2014 houve mais três casos de negros libertos após ter sido provada sua inocência nos EUA, todos condenados à prisão perpétua ou ao corredor da morte. Esse é o primeiro caso de uma mulher que se teve notícia até o momento.