Euskal Herria - ASEH - Membros da Etxerat, do Herrira, da Jaiki Hadi e a advogada Yolanda Molina deram hoje uma conferência de imprensa bastante emotiva em Baiona, na qual abordaram a situação vivida pelo preso político Xabier López Peña, recentemente falecido, e a forma «desumana» como a sua família foi tratada nas últimas semanas.
A advogada Yolanda Molina anunciou que vai apresentar acções legais contra os diversos organismos (prisão, Procuradoria, hospital...) que desprezaram os direitos da família de Xabier López Peña e salientou a forma «desumana» como esta foi tratada.
A advogada disse que López Peña foi levado para o hospital no passado dia 11 de Março e que os seus familiares não receberam qualquer informação sobre o seu paradeiro e o seu estado de saúde durante duas semanas.
Precisou que bateram a várias portas - tribunais, hospital, prisão... - mas que não receberam qualquer colaboração em nenhum desses lugares. O procurador chegou a dizer a Molina que «não ia perder tempo com um assassino».
A única informação que lhes chegou naqueles dias foi da parte dos seus camaradas na prisão de Fleury, que comprovaram que López Peña não estava na prisão e que tinha sido levado para um centro hospitalar.
Assim, os seus familiares não puderam sequer vê-lo com vida. López Peña morreu à 01h00 da madrugada de sábado e, segundo informou Molina, os familiares foram informados do seu falecimento treze horas mais tarde, quando o iam visitar.
A advogada disse também que os familiares ainda não conseguiram ver o corpo do falecido e salientou o facto de na autópsia entretanto realizada não ter estado nenhum médico de confiança, apesar de isso ter sido solicitado.
Doença diagnosticada em 2009
Itsaso Idoiaga, médica da associação Jaiki Hadi, afirmou que a situação dos presos doentes é cada vez mais difícil. No que diz respeito a López Peña, disse que lhe foi diagnosticada uma cardiopatia em 2009 e que não recebeu qualquer tratamento.
Idoiaga disse ainda que o preso, quando sofreu a hemorragia cerebral, ficou inicialmente na área prisional do hospital, em vez de ser levado de imediato para a Unidade de Cuidados Intensivos, o que, em seu entender, se afigura «inexplicável».
Os representantes da Etxerat e do Herrira dirigiram-se ao Governo francês, tendo denunciado a sua atitude «imobilista».
Mobilizações de protesto pela morte de Xabier López Peña
Centenas de pessoas participaram numa manifestação convocada pelo Herrira, em Basauri (Biscaia), para denunciar a morte de Xabier López Peña. Também em Ziburu (Lapurdi) cerca de 80 pessoas participaram numa concentração de denúncia da morte do militante basco, que foi recordado igualmente nas comemorações do Aberri Eguna em Pamplona e na homenagem tributada aos luitadores no Gazte Danbada, em Urduña (Biscaia).
Ontem, às 20h00, o Herrira convocou uma manifestação na terra natal de López Peña, Galdakao. Para a próxima sexta-feira, estão convocadas mobilizações em diversos pontos do País Basco: Baiona, Maule, Donibane Garazi, Hazparne e Donibane Lohizune.
