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200912 chalitaLíbano - PCO - 3.000 refugiados palestinos foram assassinados sob os auspícios do exército de Israel. O ascenso revolucionário dos palestinos ameaçava desestabilizar a região, pois cobrava novo impulso após a Revolução Iraniana de 1979


Há 30 anos, entre os dias 16 e 18 de setembro de 1982, a milícia fascista cristã libanesa, Saad Haddad, criada sob os auspícios do governo de Israel em 1976, e o Exército do Sul do Líbano, também criado por Israel, com o objetivo de proteger a fronteira norte, entraram nos campos de refugiados de Sabra e Chatilla, localizados em plena Beirute ocidental, e assassinaram a sangue frio 3.000 pessoas, refugiados palestinianos, civis, principalmente mulheres, crianças, velhos, sob a proteção dos tanques, a aviação e a marinha israelense, e com a complacência das forças internacionais (francesas, italianas, norte-americanas...) que foram estacionadas na área para garantir que o exército israelense não entrasse.

A desculpa foi o atentado que, dias antes, tinha custado a vida do líder falangista Bachir Gemayel e mais 60 seguidores, nas vésperas das eleições. A operação foi orquestrada com a invasão do País pelo exército israelense que bombardeou as principais cidades, sete anos após o início da guerra civil no Líbano. Após 82 dias, Beirute Ocidental foi abandonado por mar, em direção à Tunísia pelos guerrilheiros palestinos da OLP (Organização para a Liberação da Palestina), liderados por Yasser Arafat, e outros grupos da resistência. Os campos de refugiados ficaram completamente desprotegidos.

O ministro da Defesa de Israel que ordenou a operação foi Ariel Sharon, quem foi nomeado ministro das Relações Exteriores em 1996 e primeiro ministro em 2001.

Elias Hobeika, o então chefe da inteligência das milícias libanesas, tornou-se ministro no período em que o Líbano ficou sob a tutela da Síria. Ele foi assassinado num atentado, há dez anos, dois dias antes de quando deveria apresentar depoimentos num juízo, promovido numa corte internacional, por um grupo de palestinos, contra Ariel Sharon.

O que levou ao massacre?

O massacre representa a culminação da expulsão de três quartas partes da população palestina, do que é hoje o estado de Israel, por milícias sionistas que iriam formar o exército israelense em 1948.

A resistência palestina tinha se fortalecido a partir da Primeira Intifada, que tinha estourado nos territórios ocupados por Israel na Guerra de 1967.

A crise do petróleo de 1974 enterrou de vez os chamados "anos dourados" do capitalismo por meio de uma crise de proporções globais. O ascenso revolucionário dos palestinos ameaçava desestabilizar a região, pois cobrava novo impulso após a Revolução Iraniana de 1979.

A repercussão do massacre foi enorme no mundo todo. Em Israel, aumentou a pressão para a retirada das tropas do Líbano, com manifestações que reuniram 150 mil pessoas em Tel Aviv.

A resistência reuniu vários grupos palestinos e milícias xiitas e sunitas, e se fortaleceu com a fundação do Hezbollah, sob a influência da revolução iraniana, em 1985, que foi um fator fundamental na retirada de Israel em junho do ano 2000, e na sua posterior derrota militar na nova invasão de 2006.


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