Segundo as Farc, durante o Governo de Uribe, as execuções extrajudiciais alcançaram "o degrau mais alto da traição humana".
As acusações fazem parte de um texto assinado pelo porta-voz internacional das Farc, ''Ivan Márquez'' e publicado hoje no site da agência de notícias "Anncol", que costuma divulgar os pronunciamentos do grupo guerrilheiro, com a data desta terça-feira.
No texto, que teria sido escrito das "Montanhas da Colômbia".
''Márquez'' diz que "as Brigadas Militares acionaram seus gatilhos para ficar com as recompensas em dinheiro, promoções e férias remuneradas oferecidas pelo Governo".
O porta-voz das Farc também fala do chamado ''caso Soacha'', ocorrido na cidade colombiana de mesmo nome, que investiga o desaparecimento e posterior assassinato de pelo menos 20 jovens que foram apresentados como guerrilheiros mortos em combate.
Segundo ''Márquez'', "essa história se repetiu impunemente durante os últimos anos, banhando o território da pátria com sangue inocente".
O porta-voz afirma que mortes como as do ''caso Soacha'' são o "resultado direto de uma política oficial e de terrorismo de Estado" e que seus responsáveis "devem comparecer aos tribunais acompanhados de seu chefe, o presidente Uribe".
"Durante o Governo de Uribe, as Forças Armadas oficiais foram transformadas em uma fria máquina de matar inocentes. Estes crimes de guerra e de lesa-humanidade têm como responsáveis altos funcionários do Estado colombiano", conclui ''Márquez''.
O Governo colombiano já disse em diversas ocasiões que ''Ivan Márquez'', porta-voz internacional das Farc desde que o ex-número dois da guerrilha, ''Raúl Reyes'', foi abatido em um bombardeio em março de 2008, está escondido na Venezuela.