1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)

hollandeUnião Europeia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A França não deverá entregar os dois navios de tipo Mistral, porta-helicópteros de última geração, à Rússia, por causa das sanções, e deverá devolver 1,1 bilhão de euros. Isto apesar de que a política seguida na Ucrânia não busca a invasão do país, mas apenas se valer das regiões separatistas do Donbass como moeda de troca para conter a entrada da Ucrânia na OTAN.


François Hollande, presidente da França. Foto: Saly Bechsin (CC BY-ND 2.0)

França e Rússia: novo impulso à política militarista?

De acordo com o jornal Le Journal du Dimanche, os recursos envolvidos na compensação serão conseguidos a partir da venda de helicópteros à Polônia. O contrato tinha como objetivo "mexer a poeira" da burocracia do setor militar russo e manter o nível das relações com a França.

Leia também:

Europa: Velho Continente, velha crise (Parte I)

Europa: Velho Continente, velha crise (Parte II)

Europa: velho continente, velha crise (Parte III)

O novo acordo com a França também mostra a relativa facilidade com que o acordo está sendo desfeito. Por trás do acordo se encontra o Novo Caminho da Seda.

O contrato tinha sido assinado em 2011 entre a empresa francesa DCNS/STX e a russa Rosoboronexport, mas as sanções impostas a partir dos acontecimentos na Ucrânia proibiram o negócio, que envolvia a entrega do primeiro navio no mês de novembro do ano passado.

As sanções contra a Rússia estão previstas para caducar no final deste ano. Ainda depende da validação da Comissão Europeia. Mas isso também explica os esforços do governo russo, e dos europeus, para evitar os "excessos" das repúblicas separatistas. Obviamente, a "linha vermelha" aqui é a entrada da Ucrânia na OTAN.

O desenvolvimento da Rússia tem ficado muito preso às variações do preço do petróleo e do gás. No último período, a queda abrupta dos preços levaram a economia russa à recessão. A "diversificação" que o governo busca se concentra na área da energia nuclear e das armas. Mas, ainda assim, se trata de uma economia poderosa. Sem fôlego para invadir a Ucrânia, pois envolveria altíssimos custos relacionados com a reconstrução do país, além da retomada das sanções e a exacerbação das contradições com as potências imperialistas. Mas a Federação Russa tem amplo fôlego e força militar para aplicar a política defensiva sobre as suas fronteiras, e as dos aliados próximos. E ainda se trata do pivô da inclusão da Europa no chamado "Novo Caminho da Seda", impulsionado pelos chineses.

O acordo entre a França e a Rússia tem dois significados principais. A França poderá desviar os porta-helicópteros para a principal potência da Europa Oriental, a Polônia, o que fortalece o belicismo militarista da burguesia polonesa. Mas há um "pequeno" detalhe: a Polônia somente tem acesso ao Mar Báltico, onde a Rússia conta com o enclave de Kalingrado, armado com armas nucleares de última geração. Ou seja, seria útil para uma política defensiva, mas dificilmente os navios poderiam ser usados para um ataque contra a Rússia.

Em contrapartida, a Rússia irá construir os dois navios em casa. E mas quem detém tecnologia bem sucedida para a empreitada? A China.

Como é natural, a política militar avança impulsionada pela evolução da economia.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia acompanhando os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.