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MXEstados Unidos - PCO - Durante praticamente toda sua vida, Malcolm tentou organizar o negro para a luta.


Neste 21 de fevereiro de 2015 se completam 50 anos da morte de Malcolm X, ou El-Hajj Malik El Shabazz, nome adotado após a conversão ao islamismo.

A vida de Malcolm X resume, em linhas gerais, a história do negro espalhado pelo mundo, com a importante diferença de que, após a tomada de consciência de sua situação de explorado, dedicou seus melhores esforços para acabar com o regime de opressão ao negro.

Conheceu na própria pele as barbaridades cometidas pela Ku Klux Klan, quando teve sua casa incendiada pelo grupo. Não bastasse, todos os demais contatos com o branco lhe foram prejudiciais, desde a infância até o período em que fica preso.

Sua infância e juventude são marcadas pela violência policial, o envolvimento com o crime, tráfico de drogas, roubos, furtos, fuga da repressão... dependência química e, como um repetido filme ditado pela burguesia branca, a prisão, onde começa sua virada pessoal e política.

Seu contato com o islamismo, então propagada religião libertadora do povo negro, se deu por meio de correspondência com seus familiares e com Elijah Mohamad, uma das lideranças negras do Islã naquela época nos Estados Unidos.

Malcolm é também influenciado por uma das principais teorias de libertação do negro da opressão racial, a volta para a África, defendida mais claramente por Marcus Garvey, para quem o branco era o próprio demônio na terra, e responsável por toda a desgraça dos não-brancos.

Essa fase de Malcolm X dura aproximadamente 12 anos, de 1952 até 1964, quando ele rompe com alguns aspectos das teorias que pregavam a volta do negro para a África e/ou que forneciam explicações subjetivas para o problema racial, levando a luta do negro para o campo político e econômico.

Assumindo abertamente um lado mais combativo de sua militância, Malcolm critica duramente as tendências pacifistas de determinados setores da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA.

A chamada "Marcha sobre Washington", liderada por Martin Luther King Jr. é apontada por Malcolm como a Farsa de Washington, por causa de seu caráter burocrático e conciliador, e por levar o negro à subserviência.

É Malcolm X que elabora de uma maneira mais clara a questão do nacionalismo negro. Para ele, e outros tantos militantes e organizações negras daquela época, era necessária a criação de um estado negro, enquanto não fosse possível a volta para a África.

Um estado dentro de um estado. Uma nação negra, independente do governo. Um país que fosse composto só por negros e que, para isso, era necessário o uso da violência.

"Por todos os meios necessários"

A questão da necessidade do uso da violência para a mudança política também foi um dos destaques da militância política de Malcolm X.

Para ele era óbvio que o fim do racismo só viria a partir de uma resistência negra armada, que o voto não mudara a situação do negro, e que a repressão policial estava destinada a atacar os negros. Assim, nada mais natural que reagir às investidas do braço armado do regime, à altura. Por isso a famosa frase "by any means necessary..." (por todos os meios necessários).

Os conflitos com a Nação do Islam se arrastaram por quase toda a vida de Malcolm X. Especialmente os de caráter táticos, como uma série de divergências de X com a organização.

Malcolm seguiu defendendo o islamismo, o nacionalismo negro, a autodefesa, ou seja, direito de se armar contra a repressão. Além disso, Malcolm também defendia o socialismo.

Da mesma maneira, o uso da violência como meio de libertação foi importante para dezenas de grupos que surgiram para lutar pelos direitos dos negros, como os "Panteras Negras", também defensores da resistência violenta e defensores do socialismo.

Uma das frases de Malcolm que ilustram a defesa do socialismo: "Não se tem uma revolução quando se ama o inimigo; não se tem uma revolução quando se está implorando ao sistema de exploração para que ele te integre. Revoluções derrubam sistemas, revoluções destroem sistemas".

Pouco antes de sua morte Malcolm X disse claramente que sua luta não era "um conflito racial dos negros contra brancos, ou ... um problema puramente americano. Em vez disso, estamos hoje vendo uma rebelião mundial do oprimido contra o opressor, o explorado contra o explorador".

A morte de Malcolm X não deve ser creditada oficialmente como obra da Nação do Islam ou qualquer outra organização de negros da época, pois é o que é apresentado pela imprensa burguesa e alguns textos sobre o caso.

Num momento em que o líder pacifista Martin Luther King Jr. estava para ser assassinado (1968), era de se esperar que a liderança armada do mesmo movimento tivesse o mesmo ou pior fim.

Todos sabem o que resultou da defesa armada do negro nos EUA. O FBI e as organizações de segurança do país exterminaram quase todos os integrantes de organizações com esse caráter. Os que escaparam estão presos, alguns perpetuamente, como o ex-Pantera Negra Mumia Abu-Jamal.

Malcolm X foi assassinado com 21 tiros, aos 39 anos, no dia 21 de fevereiro de 1965, durante uma exposição para a Organização dos Afro-Americanos Unidos, em frente de sua esposa Betty, que estava grávida, e de suas quatro filhas.

Sua vida é um verdadeiro passo-a-passo de como boa parte dos negros se torna militante. Sua história é tão importante que foi alvo de dois filmes: Malcolm X - EUA (1992), do famoso diretor negro Spike Lee, tendo Malcolm interpretado por Denzel Washington; e Malcolm X - A Morte do Profeta (1981), de Woody King Jr. Neste, é Morgam Freeman é quem interpreta "X". Também foi publicado, no mesmo ano de morte de Malcolm X, o livro "Autobiografia de Malcolm X", com a colaboração de Alex Haley.


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