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ahmedPalestina - Jornalismo B - [Alexandre Haubrich] O Jornalismo B/Brasil conversou durante duas horas nesta quinta-feira (24) com Ahmed Khalifa, palestino morador de Gaza. Ahmed, 23 anos, é formado em jornalismo pela Al-Azhar University, mas devido às precárias condições econômicas de Gaza ocupada, não tem um emprego formal. Então, joga futebol e recebe cem dólares mensais do Al Shati, um dos principais da Palestina.


Foto: Arquivo Pessoal.

Ahmed se preparava para ir à embaixada brasileira no Egito em busca de um visto para vir ao Brasil "tentar uma oportunidade". Além disso, gostaria de ver jogos de Corinthians e São Paulo, dos quais conta ser torcedor. Mas no dia 8 de julho os ataques israelenses começaram a destruir mais prédios e famílias palestinas. Ahmed diz que os ataques estão sendo ainda piores do que em anos anteriores. Ele mora com os pais em um campo de refugiados da região de Al Shati, em Gaza. Veja alguns trechos da conversa:

Qual a situação geral na Faixa de Gaza?

A situação é muito, muito ruim. Não se pode descrever. Já são mais de 700 mortos e quase 5 mil feridos. No oeste de Gaza está sendo praticado um massacre, e as ambulâncias não conseguem dar conta, há mais de quatro dias há corpos nas ruas e sob as casas bombardeadas. O povo está com medo e sem reação nenhuma, esperando para morrer a qualquer momento. O bombardeio é muito, muito pesado. Hoje uma casa há 70 metros da minha foi bombardeada, matando a mãe e ferindo 3 filhos pequenos. Israel está usando armas fosfóricas proibidas, que fazem com que os tecidos do corpo se derretam.

Há condição de manter algum nível de normalidade no cotidiano?

Agora tudo está desativado, todos têm medo de sair da casa. Neste momento não há eletricidade. Eu uso uma bateria e um modem para acessar a Internet. Funciona por apenas quatro horas.

Como a população está vendo a atuação do Hamas?

O povo está dividido, uma parte quer trégua e uma parte apoia o Hamas. Mas a maioria quer trégua. Como Israel mata muita gente aqui também nós torcemos pela resistência. O Hamas está em estado de defesa, Israel parece achar que Gaza é um campo de testes.

É possível que os ataques tenham fim logo?

Espero que sim, com todo o meu coração. Todos os dias estamos perdendo nossos amigos ou familiares.

Como vês a reação mundial?

A América do Sul tem simpatia com a gente e com a questão palestina, principalmente o Brasil, Chile, Venezuela, Bolívia. A Europa está em silêncio, então parece que apoia os ataques. Eu sinto que os árabes nos abandonaram, eles que eram mais próximos a nós. Eu não estou falando das pessoas, mas dos governos que estão ignorando a Palestina.

E a posição dos Estados Unidos?

Fuck USA and Obama.

Os EUA dificultam a paz na Palestina?

Sim, Estados Unidos e Israel.

O que o mundo poderia fazer?

Aplicar a lei internacional para Israel. Forçar Israel a parar de matar os palestinos. E dar aos palestinos seus direitos. Mas os governos têm interesses em Israel.

O que você gostaria de dizer desde Gaza para o mundo?

Gostaria que o mundo passasse a olhar para a realidade do povo palestino. Basta de morte e destruição. Estamos constantemente sofrendo com a limpeza étnica feita por Israel com a ajuda dos EUA e da Europa. Sofremos desde 1948 com assassinatos e massacres, e o mundo está assistindo. Queremos viver em paz, alcançar nossos objetivos e sonhos, como qualquer outro ser humano no mundo.


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