O ex-presidente dos EUA, que concedeu uma entrevista ao jornal "Salon" sobre a publicação de seu novo livro, "Um chamado à ação" ("A call to action"), manifestou que a comunidade internacional interpreta a política exterior dos EUA como uma linha agressora e militarizada.
"O resto do mundo, quase por unanimidade, vê os EUA como o belicista nº 1. Voltamos aos conflitos armados quase em um abrir e fechar de olhos, e muito frequentemente são desejados não só pelos líderes de nosso país, como também são apoiados pelo povo estadunidense", declarou o político.
Além disso, Washington raramente reconhece as perdas e o sofrimento que provocam o "excepcionalismo estadunidense" e "o dever de levar sua grande democracia ao resto do mundo", acrescentou Carter. O democrata também se mostrou especificamente crítico às "guerras de drones" aplicadas pelos EUA, que tiraram a vida de muitas pessoas inocentes tratadas como "danos colaterais".
"Também demos um passo atrás até um tremendo grau de castigo ao nosso povo em vez de ajudá-lo a se reincorporar à vida", indicou o político, assinalando que os EUA tem agora 7,5 vezes mais pessoas na prisão do que em 1981, ano em que acabou ser mandato.
"Somos o único país da OTAN que tem pena de morte; somos o único país deste hemisfério que tem pena de morte, e essa é outra praga do nosso país quando se refere à violência injustificada, desnecessária e contraproducente", declarou Carter.