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010414 londresReino Unido - Revista Fórum - [Vinicius Gomes] A cidade adotiva preferida dos multibilionários do país de Putin, a capital britânica eram quem mais tinha a perder com as supostas sanções ao capital russo.


Pouco parece ter sido alcançado após uma semana das sanções mútuas entre Rússia e o Ocidente, que mais pareceram uma briga de crianças, com ambos os lados utilizando o Twitter como forma de provocação. E quem mais agradece por essa situação é Londres.

Cunhada há algum tempo como "Londongrado" – em referência às cidades russas em tempos de União Soviética -, a capital britânica foi a quem mais teve o pé atrás no quão forte seriam tais sanções, em um espírito de "claro que vamos impor sanções, mas veja bem...". O motivo para tal posicionamento, forte publicamente e temeroso nos corredores do poder na capital inglesa, se deve à importância da Rússia no mercado financeiro britânico. Impor duras sanções ao governo de Vladimir Putin após a anexação da Crimeia parecia ser um preço alto demais que o primeiro britânico David Cameron não estava disposto a pagar.

E depois que o fotógrafo Steve Back, uma espécie de lenda em capturar imagens de documentos secretos sendo carregados por políticos britânicos, conseguir uma foto de um documento oficial dizendo que o "centro financeiro de Londres" não deveria ser fechado ao dinheiro russo, ficou claro que as sanções não passavam de uma demonstração fraca de bravata diplomática e, afinal de contas, ninguém poderia culpar Londres.

Os russos são os que mais recebem, acima de todas outras nacionalidades, o tipo de visto chamado "Tier-1" para investidores – o que significa que eles investirão no mínimo 1 milhão de libras em bens dentro do Reino Unido, segundo dados do governo britânico. Nos últimos anos, os britânicos se acostumaram a ver oligarcas russos comprando times de futebol (Chelsea e Portsmouth), jornais (Evening Standard e o The Independent), além de mansões multimilionárias na mais valorizada rua de Londres, Kensington Palace Gardens, avaliada em 2,5 bilhões de libras – que, ironicamente, abriga também,tanto a embaixada quanto a residência oficial do embaixador da Rússia.

A City, o histórico centro financeiro de Londres, tem nada menos do que 70 companhias russas listadas em sua Bolsa de Valores, que movimentaram ao menos 82 bilhões de libras na última década; diversos escritórios de contabilidade, advocacia e consultoria têm como clientes os bilionários russos – uma pesquisa realizada no ano passado estimou que cerca de 60% do trabalho dentro da Corte Comercial de Londres envolveu russos.

Como bem destacou o jornal escocês, The Scotsman, "a presença e influência dos russos seria inimaginável durante a Guerra Fria [...] talvez a mais simbólica ligação entre as elites dos dois países seja a herança russa na atual classe política do Reino Unido: o prefeito de Londres, Boris Johnson e o primeiro-ministro interino, Nick Clegg, possuem relações [familiares] com a Rússia".


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