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Logo-ANCAvante! - [Carlos Lopes Pereira] Na Argélia e na África do Sul, grandes potências africanas, há eleições nas próximas semanas. Tanto num caso como noutro as urnas não deverão impor mudanças políticas significativas.


Foto: Congresso Nacional Africano (ANC na sigla em inglês) da África do Sul.

Com um enorme território, parte no deserto do Saara, uma população de 35 milhões de habitantes e a economia dependente da exploração de petróleo e gás natural, a Argélia – hoje distante do projecto socialista defendido nos primeiros anos da independência – está em campanha eleitoral.

A 17 de Abril os argelinos vão às urnas, sendo favorito o actual chefe de Estado, Abdelaziz Bouteflika, de 77 anos, no cargo desde 1999. Candidata-se pela histórica Frente de Libertação Nacional (FLN), com o apoio de diversos partidos. Veterano da guerra de libertação nacional, ministro nos governos de Ben Bella e Houari Boumediene, o presidente bate-se por um quarto mandato de cinco anos, contando com o apoio dos militares, os verdadeiros sustentáculos do regime.

Bouteflika é acusado pelos seus adversários de estar gravemente doente e de não ter condições de saúde para continuar à frente do país. Há um ano sofreu um acidente vascular cerebral e esteve hospitalizado três meses em Paris. Desde então fez apenas uma breve aparição pública, recentemente, na apresentação da candidatura.

Através do seu director de campanha, Abdelmalek Sellal, até há pouco primeiro-ministro, Bouteflika prometeu que após as eleições a Constituição do país será revista: «A Argélia terá uma democracia ampla, uma democracia participativa» e «todos os cidadãos participarão no desenvolvimento do país», assegurou. Num comício em Tamanrasset, 2000 quilómetros a Sul de Argel, Sellal garantiu a uma população preocupada com o radicalismo islâmico no vizinho Mali ocupado por tropas francesas: «Estejam tranquilos, a Argélia está em segurança, temos um exército forte».

Na corrida eleitoral estão igualmente Alis Benflis, de 69 anos, independente, ex-secretário-geral da FLN e antigo homem de confiança de Bouteflika; Louisa Hanune, do Partido dos Trabalhadores; Moussa Touati, da Frente Nacional Argelina; Ali Fawzi Rebaine, do Ahd, partido de direita; e Abdelaziz Belaid, dissidente da FLN e agora chefe da Frente El Moustakbel.

Cinco partidos da oposição, liderados por um outro antigo primeiro-ministro, Ahmed Benbitour, juntaram-se numa plataforma nacional e apelam ao boicote das presidenciais.

O ex-presidente Liamine Zeroual, de 72 anos, que deixou o cargo em 1999 e se retirou da vida política, publicou em jornais argelinos uma carta em que critica um eventual quarto mandato do seu sucessor e reclama a «alternância do poder».

ANC favorito nas eleições de Maio

A África do Sul, a primeira economia do continente, está em vésperas de eleições gerais, as quintas desde o fim do apartheid, há duas décadas. Tal como na Argélia, é improvável que das urnas surjam profundas alterações na pátria de Mandela.

O ANC, no governo desde 1994 – formando uma aliança progressista com o Partido Comunista Sul-africano e a central sindical Cosatu –, poderia alcançar nas eleições de 7 de Maio uma maioria roçando os dois terços, segundo uma sondagem que contraria as previsões da maioria dos analistas.

De acordo com um estudo da Ipsos, publicado pelo «Sunday Times», o ANC liderado pelo presidente Jacob Zuma obteria 66,1% dos votos, ultrapassando os 65,9% conquistados em 2009. Ficaria muito perto dos dois terços de deputados no parlamento, o que lhe permitiria alterar a Constituição.

A Aliança Democrática (DA), o principal partido da oposição, teria 22,9% dos votos, uma boa progressão em relação aos 16,6% de há cinco anos mas aquém dos 30% esperados pelo «partido dos brancos», como é chamado depreciativamente pelo ANC. A população do «país do arco-íris» é constituída por 80% de negros, 9% de brancos, 9% de mestiços e 2% de indianos.

Os «Combatentes pela Liberdade Económica» (EFF), de Julius Malema, seriam a terceira força, com escassos 3,7% dos votos apesar de todo o seu populismo e racismo.

Entre os pequenos partidos, o Cope, uma dissidência do ANC que em 2009 obteve 7,4%, ficaria reduzido a 0,7%. O Agang SA, da empresária Mamphela Ramphele, consegue apenas 0,4% das intenções de votos.

A sondagem da Ipsos – publicada antes da divulgação de um relatório acusando o presidente Zuma de utilização indevida de dinheiros públicos em obras na sua residência particular – mostra que o ANC venceria sem problemas na província de Gauteng (onde se situam as cidades de Joanesburgo e Pretória) e a DA conservaria o Cabo Ocidental.


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