A medida foi anunciada pelo diretor de saúde pública do Kuwait, Yousouf Mindkar, em entrevista divulgada nesta segunda-feira (07/10) ao jornal local Al Rai.
“Nós vamos tomar medidas mais duras para nos ajudar a detetar gays que vão ser, então, impedidos de entrar no Kuwait ou em qualquer outro Estado-membro do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC na sigla em inglês)”, afirmou, segundo agências internacionais.
Mindkar explicou que a ideia é incorporar o novo teste na avaliação médica realizada pelos centros de saúde para conceder o visto para não cidadãos dos países. A proposta será avaliada por um comité central no dia 11 de novembro, acrescentou.
Atos homossexuais já são proibidos nesses países, com a pena a poder chegar a 10 anos de cadeia caso o réu seja menor de 21 anos, no caso do Kuwait. Na Arábia Saudita, a punição é ainda mais severa: homossexuais podem ser condenados à morte, dependendo das circunstâncias. De acordo com informações do jornal Gulf News, em 2011, o Bahrein prendeu 127 pessoas por participar de uma festa “depravada e decadente”, relacionada com atos homossexuais.
Além da explícita repressão, os governos desses países censuram filmes, artigos e livros que abordem o tema da sexualidade. No início desse mês, um jornal de Omã foi censurado por conter um artigo considerado “simpático” aos homossexuais, informou a BBC. Em 2010, os países do GCC baniram o filme egípcio Beddon Rakaba ("Sem Censura" na tradução em português) com a justificação de “encorajar a depravação”. O filme tratava da vida de jovens utentes de drogas e que travavam relações homossexuais.
Segundo organizações LGBT da região, casais homossexuais procuram viajar para legalizar a sua união, podendo ter represálias de volta ao país natal.
Artigo publicado em Opera Mundi