1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

130515 fsdEstados Unidos - FSD - [Por Samantha Pistor] Na data de 11/05, Carolina Sbaile, blogueira, twitteira, moradora dos EUA, escreveu em seu blog pessoal um texto chamado “A Falácia Feminista” (http://csnpm.wordpress.com/2013/05/11/a-falacia-feminista/). O texto, bastante equivocado ao meu ver (recomendo que leiam e tirem suas conclusões), falava de como “feministas” haviam criticado a blogueira e a chamado de puta por ela querer um homem que lhe pagasse um jantar de pelo menos cem reais.


Não sei como e nem quero saber, o texto gerou repercussão e ganhou fama nas redes sociais. Do nada, milhares de pessoas, criticaram a moça, ironizaram seu texto, fizeram piadas, comentários desconfortáveis, grosseiros e mal educados. A partir daí, a blogueira lidou com isso ora bem, ora mal, dependendo do teor dos comentários.

Ironicamente, a parte mais equivocada do texto, referente ao feminismo norte americano e as mulheres norte americanas, não foi alvo de crítica. A maior parte das pessoas se focou na questão menos relevante da coisa toda, qual seja, o homem pagar a conta.

Eu, como feminista, respeito o direito de uma mulher fazer suas escolhas, quer eu concorde com ela ou não. Se o sonho de uma mulher é ser sustentada, cortejada e que o cara pague a conta, se isto é o que ela realmente quer, eu respeitarei esta decisão. Posso não entender, pode não ser o que eu almeje para mim, mas nada, simplesmente nada, justifica que eu ataque uma pessoa cujos ideais sejam diferentes dos meus.

O feminismo, aquele que eu acredito ao menos, nos dá o direito de escolha. Ser feminista implica em lutar pelo direito de a mulher poder pagar o seu jantar ou ter o seu jantar pago. Implica em conceder escolhas, não exigir que uma mulher tenha um certo código de conduta e sonhos ditados por uma cartilha. Ser feminista implica em lutar pelo direito da mulher “dar” para quem ela quiser, quando ela quiser, se ela quiser e nas condições que ela quiser. Implica também em lutar pelo direito de uma mulher ser virgem aos 50 anos se ela desejar, até ela se casar ou até seus 15 anos.

Sim, o feminismo luta também pela moça que deseja que um homem pague um jantar de pelo menos 100 reais. Ele luta para que este desejo seja respeitado, por mais que discordemos dele, por mais que ele vá contra esta ideologia. Isso meus amigos, é ser feminista: respeitar escolhas, desde que elas sejam feitas livremente, não causem mal aos outros nem a nós mesmos.

Pagar a conta, querer dividir a conta e suas repercussões difere de pessoa para pessoa. Essa questão causa dores de cabeça para todos e varia de relacionamento para relacionamento. Não pagar a conta não te faz machista, assim como pagar e dividir a conta não te faz feminista. Simplesmente depende. E é simples assim.

O que eu, como feminista não consigo conceber, é o linchamento público que estão fazendo contra essa moça. Chamando ela de puta, de mercadoria, diminuindo seu intelecto e sua pessoa por tão pouco. Seu texto é equivocado? Sim. Seu texto possui opiniões controversas? Sim. A moça automaticamente é machista e reacionária por isso? Não. A moça merece ser vítima de slusthaming por isso? Não.

Todo mundo cometeu ou cometerá um equívoco na vida. Toda feminista confessou já ter se equivocado em algum texto, em algum entendimento. A grande maioria admite já ter feito um slusthaming básico. Então qual é o problema de uma moça ter um texto (que talvez não será o primeiro) equivocado?

Deixo claro que não acho necessário ela se redimir, se retratar, pedir perdão, se desculpar por ter nascido. Acho que caberia dialogar com ela antes de atacar. Entender suas motivações, apontar seus erros e deixar o assunto morrer.

Mais ironicamente, a energia que gastaram em ofender a moça nunca foi empregada para atacar perfis e blogs claramente machistas e slutshamers. Oras, qualquer blog de fofoca em um post de 10 linhas, consegue ser mais ofensivo e preconceituoso que o texto todo da garota. Qualquer masculinista babaca consegue destilar mais ódio e preconceito que a blogueira assunto do momento.  Páginas de facebook que nasceram e estão por nascer, propagam mais ódio, revolta e preconceitos que um texto com teor equivocado, mas claramente pró-mulher.

Felipe Neto, machista até hoje e cujo humor homofóbico perdurou até meados de abril, hoje é endeusado por UM vídeo pró homossexualidade. Carolina Sbaile é a anti feminista do momento por conta de UM texto equivocado que é claramente pró-mulher e fala da liberdade feminina, além do fato de ter em seus blogs milhares de textos empoderadores, feministas, pro-legalização do aborto, pro esquerda liberal e pro socialista.

Memória seletiva, cada um com a sua.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.