1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

130410 dançaRBA - Uma em cada três mulheres no planeta será estuprada ou espancada ao menos uma vez na vida, e a americana Eve Ensler faz parte dessa estatística da Organização das Nações Unidas (ONU). Quando criança, ela sofreu abuso sexual e psicológico do pai, um dos fatores que fizeram com que se tornasse uma ativista pelo fim da violência contra mulheres e meninas.


Aos 45 anos, Eve conversava com uma amiga sobre menopausa e ouviu pela primeira vez um desabafo sobre o estado da vagina naquele período. O tema chamou sua atenção e ela colheu depoimentos de mais de 200 mulheres, o que virou, em 1998, a peça teatral Monólogos da Vagina, encenada pela primeira vez no Teatro Here Arts Center, em Nova York. Ao fim de cada apresentação, uma fila de mulheres se formava para dividir com a diretora experiências quase sempre estarrecedoras.

“Elas não faziam fila para me contar sobre a incrível vida sexual que tinham, mas como eram estupradas, espancadas, como sofriam ataques coletivos em estacionamentos ou como eram abusadas por seus tios”, contou Eve em uma conferência. Ela reuniu mulheres para discutir o que poderiam fazer de concreto e um ano depois nasceu o V-Day, ou Dia V (de vitória, vagina e de Valentine’s Day), um movimento mundial que promove obras como os monólogos de Eve e arrecada fundos para grupos antiviolência.

A peça fez estrondoso sucesso de bilheteria e foi adaptada em mais de 140 países. Com o Dia V, o movimento levantou mais de US$ 80 milhões, que foram distribuídos para aproximadamente 120 mil programas comunitários de combate à violência contra a mulher. Para comemorar os 15 anos do Dia V, a organização preparou a campanha mundial 1 Bilhão Que se Erguem (One Billion Rising) na data em que muitos países comemoram o Dia dos Namorados (Valentine’s Day), 14 de fevereiro. Foi um protesto em que mulheres do mundo todo dançaram “juntas” numa demonstração coletiva de força.

Com o lema “Um bilhão de mulheres violadas é uma atrocidade. Um bilhão de mulheres dançando é uma revolução”, grupos ensaiaram uma coreografia e, às 14h do dia 14, ligaram o som em lugares públicos e acenaram um basta à covardia com o movimento de seus corpos.

Integrante de um grupo de cerca de 200 pessoas, a professora Carole Bégin, 52, munida de um cartaz, dançava na Praça da Rainha Victoria, no centro de Montreal, no Canadá. “Em níveis diferentes, eu sofri violência por 30 anos. No dia 4 de fevereiro de 1987, fui vítima de uma grave agressão. Ele me deixou praticamente morta. Meu corpo ficou azul. Saí com um cara que parecia gentil, mas descobri que era um psicopata. Por muito tempo eu não quis falar sobre isso, me fazia mal. Mas a violência não me venceu. Estou me reerguendo. Com esse movimento, as mulheres podem ver que não estão sozinhas”, disse Carole.

No Brasil, a dança contra a violência foi organizada no sábado 16 de fevereiro, nas Cataratas do Iguaçu, em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Londrina, Recife e Vitória.

Para ver as danças pelo mundo, visite http://www.onebillionrising.org/livestream

Assista abaixo ao vídeo oficial da campanha 1 Bilhão Que se Erguem:


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.