O sexo feminino continua suportando a carga de três décadas de epidemia, e devem ser uma prioridade na pesquisa, o cuidado e o tratamento em todos os níveis, asseguraram peritos reunidos na XIX Conferência Internacional de aisd que decorreu em Washington, Estados Unidos.
Em muitos países, as mulheres têm menos possibilidades de negociar o uso da camisinha e som mais vulneráveis a terem relações sexuais não consensuadas. A possibilidade de ficarem grávidas conduz a analisar questões tais como como a transmissão do VIH de mãe para filho.
A responsabilidade de cuidar de pacientes e órfãos doentes também é uma questão que tem um impacto maior nas companheiras, manifestaram.
Não se pode falar de terminar com a epidemia enquanto grande parte do impacto recai tão forte sobre as féminas, frisaram.
Os grandes avanços atingidos na redução da transmissão de mãe para filho graças as drogas antirretrovirais devem replicar-se noutras partes visando aliviar o peso desta epidemia sobre as mulheres.
As novas tecnologias preventivas tais como a profilaxia post-exposição e os microbicidas serão a chave, expressaram os especialistas.
Entretanto, vale também destacar que a crescente feminização da epidemia é uma marca das desigualdades culturais, sociais, econômicas e jurídicas que expõem ao sexo feminino a um maior risco de infecção.
A partir deste dado, é imprescindível a necessidade de estabelecer campanhas de prevenção que abrangerem a problemática de gênero, um desafio ainda pendente.
Erradicar toda forma de intimidação sexista, assegurar o acesso das companheiras aos recursos, serviços de saúde e educação, e impulsionar ações positivas para fortalecer sua participação na tomada de decisões, são estratégias indispensáveis para tratar de deter a infecção.
Também promover a igualdade de acesso a tratamentos antirretrovirais, e garantir que os programas terapêuticos forem acessíveis, flexíveis e reguláveis.
Deste jeito é necessário inserir ativamente às mulheres no debate sobre o uso do preservativo, e incluir os homens nos temas envolvidos com a procriação, a anticoncepção ou a transmissão vertical da AISD, uma doença cuja única vacina é a boa informação.
Embora nos últimos anos muito se avançou no conhecimento da afecção, mecanismos imunológicos, formas clínicas, tratamento de infecções oportunistas, emprego de drogas antirretrovirais e a constante luta por parar a expansão do mal, a verdade é que os devastadores números de VIH não recuam.