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woman-on wavesMarrocos - Opera Mundi - Grupo holandês oferece informações sobre práticas seguras de aborto em um navio ancorado em águas internacionais.


As autoridades marroquinas impediram nesta quinta-feira (04/10) que o barco de ativistas holandesas pró-aborto atracasse no porto de Smir (norte do país africano). O grupo de mulheres, denominado Mulher nas Ondas (Woman on Waves, em inglês), oferece aborto médico e conselhos de saúde a partir de navios ancorados em águas internacionais próximas de países onde a prática é ilegal.

A marina da cidade portuária foi totalmente bloqueada por navios de guerra do país e dezenas de policiais permanecem no local, informou a organização em comunicado. Um oficial, que não quis ser identificado, disse apenas que o porto foi fechado por conta de “manobras militares”. O governo marroquino, entretanto, disse que o barco não tinha autorização para adentrar no local, informou o jornal britânico Guardian

Essa é a primeira visita do grupo a um país de maioria muçulmana e as ativistas afirmaram que vão encontrar uma alternativa para permanecer no local. De acordo com nota, a organização disse que o navio vai projetar um número de telefone para que as mulheres do Marrocos possam indagar sobre práticas seguras de aborto. Em seu site, a Mulher nas Ondas já adiantou a existência de remédio legalizado no país que pode induzir a interrupção da gravidez.

Desde 1967, o aborto se tornou permitido no Marrocos apenas nos casos em que a gravidez coloca em risco a vida da mulher. A prática é proibida até em casos de estupro no país, onde, segundo a organização, muitas mulheres interrompem a gravidez em centros ilegais.

De 600 a 800 abortos são praticados ilegalmente diariamente no Marrocos, sendo que desses, apenas 250 são conduzidos por médicos licenciados. Pesquisas sugerem que grande numero de mulheres provenientes de setores populares são internadas em hospitais públicos por conta de complicações no aborto. 

As ativistas holandesas foram convidadas para o país por um grupo marroquino que luta pela legalização da prática. Apesar disso, dezenas de manifestantes se reuniram no porto nesta quinta (04/10) para protestar contra a chegada dos barcos. Carregando cartazes com imagens de embriões ensanguentados, eles gritavam “terrorista” e “assassina” para a líder do grupo, Rebecca Gomperts, informou o jornal Huffington Post.

“Nós estamos aqui porque não podemos aceitar esses valores, os valores do massacre”, disse Abdessamad Zilali citado pelo Guardian. Os manifestantes são contra a legalização do aborto e se opõem à luta da organização holandesa, que já provocou a ira de países católicos. Depois de ter visitado a Espanha, Irlanda e a Polônia, o grupo foi proibido de entrar em Portugal em 2004. 

A Mulher nas Ondas foi fundada em 1999 e tem como objetivo espalhar informações sobre práticas seguras de aborto por meio de medicamentos. Mulheres interessadas podem receber conselhos e fazer perguntas dentro dos barcos ancorados em aguas internacionais. “Toda vez que o navio deixa um país, esperamos que as mulheres tenham as informações necessárias para realizarem o aborto sozinhas”, explica Gomperts.


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