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050316 polUnião Europeia - Esquerda Diário - [Josefina Martínez] O pequeno povoado de Idomani, na fronteira da Grécia com a Macedônia, abriga há algumas semanas milhares de refugiados. Seu acampamento, com capacidade para 1500 pessoas está completamente lotado.


Na fronteira norte da França e na passagem entre a Grécia e a Macedônia houve operações policiais com uma forte repressão em relação aos refugiados esta segunda-feira. A face mais obscura da Europa.

Os refugiados se amontoam há dias nesse ponto frente ao fechamento parcial da fronteira por parte da Macedônia. O governo deste país decidiu restringir a passagem, que abre apenas algumas poucas horas ao dia, e não permite a entrada de migrantes que não sejam da Síria ou do Iraque. Isto afeta especialmente milhares de pessoas que chegam do Afeganistão e que agora se veem presos na Grécia.

A tensão chegou ao extremo esta segunda-feira, quando a policia da Macedônia lançou gás lacrimogênio e golpeou brutalmente centenas de refugiados que tentavam cruzar a fronteira.

Na passagem entre a Grécia e a Macedônia se encontram mais de dez mil refugiados nesse impasse, de 30.000 em toda a Grécia, segundo estimativas. Isto abre a possibilidade que se instale uma crise social aguda nos próximos dias, por falta de condições mínimas de salubridade e alimentação para milhões de pessoas.

A decisão do governo da Macedônia se soma às medidas da Sérvia, Eslovênia e Croácia, que impuseram “cotas” diárias de refugiados. Desde então não deixam passar mais de 580 ao dia, aumentando os controles. As medidas restritivas nos Balcãs foram uma resposta direta ao anúncio de fechamento das fronteiras na Áustria, na semana anterior. Esse país apenas aceitará a entrada de 80 refugiados por dia e fará circular outros 3.200 que estão de passagem pelo país.

Este dominó de fechamento das fronteiras e medidas xenófobas tem levado ao um gargalo de garrafa na Grécia, único dos países que recebe a maior quantidade de refugiados diretamente da Turquia.

“Pontos de Acesso” nas ilhas gregas e repressão em Calais

A União Européia tem acusado a Grécia de “falhar” nos controles das fronteiras. Durante a última reunião da cúpula europeia, ameaçaram diretamente deixar a Grécia fora do espaço Shengen (espaço sem controles fronteiriços internos entre 26 dos países da EU) se não restringisse a passagem dos refugiados. Em outro ultimato para o governo do Syriza-Anel é que se instale centros de registro de estrangeiros nas ilhas gregas. O governo grego já aceitou instalar estes “Pontos de Acesso” que teriam o objetivo de diferenciar entre os “refugiados” e os “Imigrantes ilegais”. Os primeiros serão transportados a centros de acolhimento na península, aonde aguardaram a prometida deslocalização para a União Europeia ou a transferência a países como a Turquia, Líbano e Jordânia, que são os que abrigam a maior quantidade de refugiados.

Para os que forem considerados migrantes econômicos ou “ilegais”, serão confinados diretamente em centros de detenção provisória – verdadeiras prisões aonde se alocam milhares de pessoas em precárias condições – enquanto aguardam serem deportados. Centros deste tipo já existiam em Corinto (Peloponeso) e Amigdaleza (nos arredores de Atenas) e elas foram alvo de numerosos protestos de organizações sociais no passado, pelas terríveis condições em que estavam os detidos.

Esta segunda-feira também começaram as operações policiais em Calais, na França, para desmantelar o acampamento de refugiados, a “selva”. Com centenas de policiais, escavadeiras, caminhões e gás lacrimogêneo, Hollande, primeiro ministro francês, mostrou sua verdadeira cara xenófoba e racista.

Os “valores europeus” que tanto pregaram governos como os da França e Alemanha vão mostrando sua verdadeira cara frente a esta crise de refugiados, a qual respondem com um aumento das políticas xenófobas e restrição das liberdades.


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