"Estamos em caminhos diferentes, já que nós apostamos na educação como um direito e eles a seguem vendo como bem de consumo", expressou o presidente da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Gabriel Boric, em entrevista à Rádio Universidade do Chile.
O dirigente recordou que não tem uma boa relação com o Governo do presidente Sebastián Piñera, que mantém uma postura ideológica muito intransigente.
Boric acredita que esse confronto vai ser uma briga a longo prazo, e considerou que os dirigentes estudantis tem que ter muito claras suas convicções para manter o conflito aberto e finalmente ir fortalecendo a educação pública, a entendendo como um direito, que é o grande objetivo do movimento.
"O Governo foi muito fechado, teve uma agenda muito ofensiva, no entanto, conseguimos deter essa agenda tanto no Parlamento como com a mobilização. Diante das (eleições) presidenciais de 2013, o conflito segue aberto e o movimento segue sendo um ator relevante, que vai ter incidência política".
Boric, que nas próximas semanas cumprirá seu período de mandato na Confech ao ser eleita uma nova diretora na Federação de Estudantes da Universidade de Chile, definiu dois temas como fundamentais para o movimento.
O primeiro deles, a incorporação à Confech dos alunos pertencentes aos centros de formação técnica e institutos profissionais, que são parte importante da matrícula de educação superior, do projeto de desenvolvimento de Chile.
Mas "têm sido grandes ausentes no debate, precisamente porque suas instituições impedem sua a organização", sublinhou.
Outro tema que deve ser trabalhado é garantir-se um alto respaldo dos cidadãos quanto às demandas de fundo do movimento estudantil.
"Os novos dirigentes vão ter o tremendo desafio de seguirem convocando os cidadãos, que é a que nos entregou seu apoio".
Boric valorizou a importância de que o movimento consegua articular suas ações conjuntamente com os outros setores sociais, e colocou como exemplo os nexos com a nova diretora da Central Unitária dos Trabalhadores.
Nesse sentido mencionou a escola político sindical estabelecida pela Confech para operários, e da qual participam dirigentes de diferentes setores.