“Dois anos de chuva irregular e seca combinada com um dos mais poderosos eventos do El Niño em 50 anos causou consequências catastróficas nas vidas das crianças mais vulneráveis”, afirma a organização.
A Unicef refere que, por toda a região, milhões de crianças são confrontadas com fome, escassez de água e doenças, situação que tem vindo a agravar-se face ao aumento do preço dos alimentos.
“O fenómeno El Niño vai esmorecer, mas o custo para as crianças - muitas das quais já estavam a viver em condições muito precárias - far-se-á sentir durante muitos anos", alerta a diretora Regional da UNICEF para a África Oriental e Austral, sublinhando que estamos perante “uma situação sem precedentes”, e que a sobrevivência destas crianças "depende das medidas que forem tomadas hoje".
O Lesoto, o Zimbabué e a maior parte das províncias da África do Sul já declararam o estado de catástrofe face à crescente escassez de recursos. Na Etiópia, prevê-se que o número de pessoas a necessitar de assistência alimentar suba de mais de 10 milhões para 18 milhões até o final de 2016.
A Unicef lançou apelos humanitários para os países da África Austral que estão a sofrer com o El Niño. Até ao momento, a organização recolheu menos de 15% das verbas necessárias para fazer face à situação.