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021115 creEstados Unidos - Prensa Latina - Há mais de um ano que o banco francês Crédit Agricole está na mira do governo estadunidense, e foi uma vez mais, infelizmente, alvo de sua estocada extraterritorial.


O Crédit Agricole integra hoje a lista dos bancos que devem pagar multas exorbitantes devido a transações envolvendo instituições de países sob sanção dos Estados Unidos.

Esse gigante da banca europeia aceitou desembolsar cerca de 787 milhões de dólares para limpar o processo em que estava envolvido por supostas violações às normas estadunidenses contra Sudão, Irã, Myanmar e Cuba.

A multa se divide entre diferentes departamentos: 385 milhões irão ao de Serviços Financeiros do estado de Nova York; 90,3 milhões à Reserva Federal; 156 milhões ao Departamento de Justiça e 156 ao escritório do promotor do distrito de Manhattan.

Com o acordo anunciado ontem, a instituição financeira chegou a um entendimento frente à "possível responsabilidade civil" investigada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro norte-americano.

Segundo a informação divulgada, os movimentos penalizados pela OFAC seriam transações com dólares estadunidenses realizadas entre 2003 e 2008, através da subsidiária estadunidense do banco francês.

Crédit Agricole é o segundo banco francês que escolhe fazer um acordo com as autoridades estadunidenses em circunstâncias parecidas.

Em 30 de junho de 2014, o BNP Paribas foi condenado nos Estados Unidos a pagar mais de 8,8 bilhões de dólares por violar o bloqueio imposto por esse país ao Irã, ao Sudão e a Cuba.

Além disso, foi castigado com a suspensão parcial durante um ano de suas operações na moeda verde, principalmente aquelas vinculadas ao comércio internacional de petróleo e gás, e teve que despedir vários de seus diretores e empregados.

Esta é a maior sanção imposta contra um banco europeu e foi qualificada pelas autoridades francesas como desproporcional, injusta e unilateral.

O Palácio do Eliseu enviou uma carta à Casa Branca onde alertou sobre as consequências desta multa abusiva e o tema foi objeto de análise durante a visita do presidente Barack Obama, que esteve no país para participar nos atos pelo 70 aniversário do desembarque dos aliados na Normandia.

No entanto, dias depois, Washington impôs outra multa ao BNP Paribas por 80 milhões de dólares depois de acusá-lo de desviar subsídios outorgados pela secretaria de Agricultura às empresas exportadoras.

O banco Credit Suisse e o alemão Commerzbank também foram duramente multados e algumas fontes indicam que outros são investigados, entre eles, o francês Société Générale e o alemão Deutsche Bank AG.

Estes acontecimentos despertam o debate sobre por quê a Europa devia acatar as legislações extraterritoriais estadunidenses, em um momento em que está sendo negociado um Acordo de Livre Comércio entre Washington e a União Europeia.

A verdade é que com seu comportamento, os Estados Unidos engordam sua lista de atentados à soberania dos Estados, às normas de livre comércio e ao Direito Internacional.

A imensidão do oceano Atlântico parece servir de incentivo para o apetite insaciável de Washington e a evidente extraterritorialidade de suas leis.


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