Foto: 401kcalculator.org (CC BY-SA 2.0)
De acordo com os dados oficiais, a inflação nos Estados Unidos seria um pouco superior aos 2% ao ano. Os critérios do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) minimizam o peso dos itens que têm maior impacto – saúde, educação e energia. Simplesmente usando os critérios anteriores às mudanças introduzidas pelo presidente da Reserva Federal (o banco central dos Estados Unidos), Allan Greenspan, em 1980, a inflação seria de 11,1%.
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A partir de 2000, os custos com saúde sofreram um aumento de quase 60%. A educação aumentou em aproximadamente 35%, a energia e o transporte 50%, e as mensalidades escolares 100%. O custo dos alimentos, da energia e da moradia não têm sido refletidos nos índices inflacionários. Muito pelo contrário, eles têm sido camuflados por meio de vários truques, principalmente a redução do peso desses componentes no cálculo geral da inflação.
A imprensa imperialista se encontra envolvida numa campanha maciça sobre o suposto risco da deflação. De fato, esse risco é quase inexistente. Se trata de mais uma operação demagógica para camuflar os obscenos repasses de recursos públicos para os grandes capitalistas. Os volumes de circulantes colocados no mercado são gigantescos. O capital fictício não encontra colocação nas operações produtivas e passa a ser aplicado na especulação financeira, com a proteção do estado burguês.
Além do ultra podre QE (Quantitative Easing ou facilitação quantitativa), os bancos podem obter dinheiro ilimitado da Reserva Federal, a taxas de juros irrisórias, que é aplicado imediatamente na especulação financeira.
Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.