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roubiniDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] Em entrevista concedida ao jornal francês Le Monde, Nouriel Roubini reafirmou a previsão de um novo colapso capitalista, conforme o tinha feito no final do ano passado. 'Em 2017, entraremos num terreno muito arriscado', disse.


O economista Nouriel Roubini previu a crise de 2008 e prevê uma crise ainda maior para os próximos anos. Foto: Stephen Jaffe/FMI (CC BY-NC-ND 2.0)

Roubini previu em setembro de 2006, numa reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), o estouro capitalista de 2008, a partir da especulação imobiliária.

O estouro teria como origem a "bolha mãe", os trilhões de dinheiro podre, criados a partir do ar, pelos estados com o objetivo de manterem os lucros dos grandes capitalistas.

A partir do estouro da "bolha mãe", se seguiram o estouro das demais bolhas em efeito dominó. Todos os mecanismos que estiveram presentes no colapso de 2008 continuam presentes, mas com maior intensidade.

Os repasses de recursos públicos para os monopólios adquiriram níveis obscenos. Agora as taxas dos "empréstimos" passaram a ser negativas e vários países.

Os ultra nefastos derivativos financeiros continuam a todo vapor. Hoje, movimentam em torno de 15 vezes o total da economia mundial, com transações ultra parasitárias que têm convertido o mundo num verdadeiro casino financeiro.

Mesmas causas, mesmas consequências

Sobre os fatores que levaram ao estouro da crise de 2008 e os previstos para o próximo período.

O endividamento tem se generalizado por causa da paralisia da economia. Os estados acumulam dívidas trilionárias por causa dos trilhões que têm sido repassados, nos últimos seis anos, para resgatar os monopólios.

A Alemanha gastou 102 bilhões de euros somente para resgatar os Hypo Banke. O governo norte-americano gastou, somente entre 2007 e 2010, nos resgates, mais de US$ 16 trilhões de acordo com um estudo do Congresso.

A economia real, principalmente a indústria, se encontra em recessão em escala mundial. As duas principais economias industrias, a Alemanha e o Japão, já enfrentam a recessão.

O colapso capitalista na Alemanha colocará em xeque o coração de um dos principais centros do capitalismo europeu. O mesmo sobre os Estados Unidos, o Japão e a Inglaterra.

A especulação imobiliária movimenta um dos poucos setores que ainda apresenta um certo crescimento. Mas o efeito colateral tem sido a disparada dos preços dos imóveis e a existência de inúmeros imóveis vazios com a crescente dificuldade para vendê-los. Na China, são famosas as cidades fantasmas recentemente construídas. Há vários sintomas relacionados com o estouro de uma nova bolha imobiliária também, como, por exemplo, a forte redução no aumento dos preços dos imóveis, que é condição da obtenção dos lucros na especulação financeira.

A especulação com commodities (matérias-primas), para onde migraram enormes volumes de capitais, principalmente, a partir de 2007, se esgotou, ou como aparece na imprensa burguesa, o "superciclo" das commodities finalizou, com a queda acentuada dos preços. Agora o grosso dos capitais especulativos busca o refúgio do estado burguês, das dívidas públicas.

Saídas para a crise?

A saída para a crise não é possível mantendo-se em pé os mecanismos de dominação imperialista. Os recentes acontecimentos na Grécia ilustraram de maneira inequívoca a situação.

A única saída para a crise passa por quebrar a dominação do parasitismo financeiro. Em primeiro lugar, os recursos públicos não devem ser repassados para os bancos, que, desta maneira, quebrariam imediatamente.

O sistema financeiro deve ser nacionalizado. Da mesma maneira, o comércio exterior e todas as grandes empresas. As engrenagens atuais dos estados burgueses estão a serviço dos grandes capitalistas. Por esse motivo, para colocar em pé medidas que possibilitem a saída da crise é preciso a movimentação das massas e que os aparatos do estado burguês sejam destruídos.

Com o objetivo de "enfrentar" o aprofundamento da crise capitalista, os estados burgueses têm aumentado o aperto sobre os trabalhadores por meio dos chamados "planos de austeridade". Essa é a única política possível para a burguesia, no presente período histórico, devido ao gigantesco parasitismo.

Para o próximo período, o novo colapso capitalista colocará duas engrenagens antagônicas em movimento acelerado. Por uma parte, os monopólios tentarão se salvar da crise impulsionando a extrema-direita, os movimentos nazifascistas, como já pode ser visto em toda a Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Agora, o alvo inicial não são os judeus, mas os imigrantes e outras nacionalidades. Este representa apenas o ponto de partida para mobilizar as camadas médias desesperadas com o aprofundamento da crise.

Ao mesmo tempo, a crise, com a disparada do desemprego, a inflação e a carestia da vida, colocará em movimento a classe operária nos países desenvolvidos.


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