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020715 atsGrécia - PCO - O governo de frente popular não é capaz de tomar as medidas que podem tirar o País da crise: estatizar os bancos e não pagar a dívida.


Neste domingo, 5 de julho, o governo da Grécia realizará um referendo para que a população decida pelo voto se aceita ou não o acordo proposto pela Troica em relação à dívida grega. No poder há cinco meses, o Syriza faz um governo de frente popular, durante seu curto tempo no comando do País o partido cedeu progressivamente a quase todas exigências do imperialismo impostas por meio da União Europeia (UE) durante as “negociações” por um novo plano de “resgate”.

A negociação do “acordo” para a Grécia ter acesso à última parcela do plano de resgate da dívida, chegou a um ponto em que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, já tinha aceitado quase todas as exigências da Troica. Na terça-feira (30), venceu o prazo para a Grécia pagar uma parcela da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de € 1,6 bilhão. Teoricamente, a Grécia já estaria falida.

O governo de frente popular liderado por Tsipras negocia um acordo com a UE para liberar mais € 7,2 bilhões, e assim pagar parcelas da dívida contraída com os planos de “resgate” anteriores. Para liberar o dinheiro, o imperialismo exige uma política de “austeridade” mais profunda do governo grego.

A promessa é de que políticas de “austeridade”, de cortes de gastos públicos e ataques aos salários e aos direitos dos trabalhadores, levariam a economia grega a uma recuperação, um dogma neoliberal refutado pela história no colapso do neoliberalismo em 2008. A própria Grécia aplica essa política desde 2008, afundando-se cada vez mais, um fracasso retumbante.

Já a promessa do Syriza durante a campanha eleitoral era justamente de acabar com as políticas de austeridade no País. O partido prometia aumento do emprego e do salário mínimo, e uma renegociação da dívida com a UE. No primeiro mês de governo, em fevereiro, o governo do Syriza lançou um documento assumindo uma série de compromissos, para “acalmar” os “sócios” europeus e o mercado. O aumento do salário mínimo ficou para um futuro indefinido.

Desde então, o governo grego acumulou uma série de capitulações nas negociações com a UE, até que no dia 25 de junho, Tsipras enviou uma proposta para a Troica aceitando mexer nas aposentadorias e no imposto sobre o consumo, ultrapassando o “limite” da rendição que tinha fixado antes, chegando a um ponto em que quase todas as exigências do imperialismo estavam sendo atendidas.

Mesmo assim, os generosos “sócios” europeus rejeitaram mais uma vez a proposta grega. O imperialismo alemão não aceita nada além da integral aplicação de seu programa para a Grécia. Para evitar a responsabilidade por uma capitulação completa, Tsipras, encurralado, convocou um referendo. O povo dirá “sim” ou “não” para um acordo muito específico, para, no fim das contas, Tsipras voltar à mesa de negociações com a UE, podendo aceitar, até, um outro acordo muito parecido com o que pode ser rejeitado na votação.

O governo faz campanha por um “não”, e Tsipras promete renunciar caso a maioria da população vote “sim”. A UE faz campanha pelo “sim”, com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, declarando que um “não” à proposta europeia seria um “não” à UE.

A única solução para a crise grega o governo de frente popular não foi capaz de adotar: estatizar os bancos, nacionalizar e centralizar o sistema financeiro, não pagar a dívida, sair da UE. O Syriza, no entanto, quer continuar na UE, submetendo a Grécia ao imperialismo e ao FMI, e quer pagar a d/vida em “melhores condições”. Como as “melhores condições” não foram combinadas antes com a UE, que não aceita ceder em nada, Tsipras tenta encobrir a capitulação de seu governo chamando um referendo.


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