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210515 explPCO - Estudo da OIT mostra que cerca de 60% dos trabalhadores, no mundo inteiro, não têm contratos de trabalho.


Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado nesta terça-feira, 19 de maio, mostra que a maioria (três quartos) dos trabalhadores no mundo não têm empregos estáveis. Cerca de 60% dos trabalhadores, no mundo inteiro, não têm contratos de trabalho.

Desde 2008, quando a crise capitalista entrou em uma nova etapa, o número de desempregados aumentou em 30 milhões, segundo estimativa da OIT. O número passou de 171 milhões para 201 milhões de pessoas. É preciso ressaltar que são dados de uma organização imperialista, ligada à ONU, e que somente por isso devem ser considerados como subestimados, e na melhor das hipóteses uma pálida representação da realidade.

As regiões mais afetadas são a África Subsaariana e o Sudeste Asiático, para onde muitas empresas de países desenvolvidos foram transferidas, aproveitando o custo baixo da mão de obra superexplorada. Nessas regiões, oito em cada dez trabalhadores são informais, contra dois informais de cada dez trabalhadores em países desenvolvidos.

A extinção dos contratos de trabalho também está aumentando as desigualdades. Trabalhadores sem contrato ou temporários ganham menos, além de não ter acesso a planos de saúde e de previdência. Apenas 52% dos trabalhadores no mundo têm acesso a um plano de previdência, número que cai para 16% entre os trabalhadores autônomos.

A OIT sugere que os governos deveriam aumentar a rede de proteção social diante do avanço da precarização do trabalho. No entanto, o dogma neoliberal segundo o qual acabar com direitos trabalhistas gera empregos tem levado muitos países na Europa a fazer justamente o contrário, cortando gastos públicos, além de "desregular" o mercado de trabalho.

Trabalho escravo

Ao lado das informações parciais levantadas pela OIT, novas denúncias de trabalho escravo surgem a cada dia. No mês passado, na Argentina, dois meninos morreram no local em que seu pais trabalhavam. Os pais de Rodrigo Menchaca e Rolando Menchaca moravam no local de trabalho, uma oficina de costura clandestina. Os dois morreram depois de um incêndio no local. Os pais escaparam, com alguns ferimentos.

O local já tinha sido denunciado por uma ONG para o governo, por causa das más condições de trabalho, com várias pessoas amontoadas em um espaço reduzido, trabalhando o dia inteiro por salários muito baixos.

Em 2014, uma greve na Foxconn escancarou as péssimas condições de trabalho na fabricação dos produtos da Apple. As péssimas condições foram divulgadas amplamente por uma agência de notícias que infiltrou um jornalista em uma fábrica da Foxconn e divulgou imagens que percorreram o mundo. Os dormitórios eram "fedidos e sujos". Os chefes tratavam mal os empregados, além de serem obrigados a continuar trabalhando até a madrugada para atender às metas de produção com ritmos de trabalho altamente extenuantes.

São elementos que corroboram uma conclusão fundamental: o capitalismo promete um paraíso na Terra, mas entrega um regime em que os pobres ficam cada vez mais pobres, morrem de trabalhar e pouco se diferenciam de escravos. Há, inclsuive, a volta da escravidão. Apesar das recorrentes exaltações feitas por defensores hipócritas do regime da propriedade privada, a realidade se impõe: no capitalismo, o trabalho tende à escravidão, não ao pleno emprego. É preciso, portanto, acabar com esse regime de exploração do trabalho.


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