Assim o afirma o diário The Manila Times ao se referir à tragédia ocorrida nesta semana no distrito Valenzuela, no norte desta capital, onde se concentram fábricas e o maior número de acidentes mortais.
Nesta sexta-feira, a Câmara de Representantes anunciou uma investigação em torno do fogo no que as vítimas ficaram presas num segundo andar desprovido de escadas de evacuação contra incêndios e com janelas com barrotes que lhes impediram escapar.
Por sua vez, a Secretária do trabalho, Rosalinda Baldoz, descreveu aos proprietários da instalação fabril Kentex Manufacturing de sapatos, assinalando que não cumpriam com as leis trabalhistas ao deixar de garantir salários mínimos, pensões e seguro social.
Estas condições conheceram-se por depoimentos de trabalhadores, que queixaram-se de que conviviam com substâncias químicas inflamáveis e nunca receberam preparação para prevenir acidentes e enfrentar eventuais desastres.
A publicação expõe que as Filipinas contam com sólidas legislações e um importante movimento sindical, mas com extrema pobreza, que afeta a 100 milhões de pessoas, junto a uma endêmica corrupção propícia exploração operária.
Baldoz reconhece que muitos estudantes secundaristas abandonam a escola para se empregar e apoiar às famílias e aceitam contratos precários temporários sem nenhuma proteção, e que as autoridades chegaram a fechar 10 mil estabelecimentos ilegais geridos por agências de recrutamento.