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250215 zerohourReino Unido - ACP-PI - 6% de todas as pessoas empregadas no Reino Unido, isto é, 1,8 milhões de pessoas, trabalham a contratos zero-hora.


Esta forma de precariedade máxima implica que os trabalhadores assinem com as empresas um contrato em que se disponibilizam a estar prontos a trabalhar no próprio dia em que são informados do serviço, sem haver qualquer pagamento pela disponibilidade. Mais uma forma de esconder o desemprego no Reino Unido é este subemprego, que mantém milhões sem remuneração e com insegurança máxima, disponíveis a toda a hora sem quaisquer garantias. As pessoas a trabalhar assim terão quase duplicado no último ano e meio.

Sob os contratos zero-hora, as pessoas são informadas, geralmente no mesmo dia em que têm o serviço, e recebem exclusivamente as horas que trabalham. É mais um esquema de grandes dimensões, promovido neste caso pelo governo britânico, que permite que os trabalhadores sejam autenticamente jornaleiros, constituindo uma "poule" da qual as empresas tiram pessoas quando têm necessidades disso. Os trabalhadores assinam acordos, muitas vezes de exclusividade, sem receber nada em troca. Sempre na perspectiva de poderem ser chamados a qualquer momento para realizar um trabalho de um dia, um mês ou mais, recebendo exclusivamente as horas trabalhadas. Quando termina a "necessidade" dos patrões, voltam a colocar-se os trabalhadores na "poule" sem qualquer indemnização. Este é o sonho húmido da radicalidade económica, que considera mesmo que as pessoas são apenas ferramentas e que têm de estar disponível exclusivamente para vender a sua força de trabalho, barata e imediatamente, sem negociação. A chantagem dos mais de 2 milhões de desempregados no Reino Unido alimenta esta forma desesperada de conseguir ganhar algum dinheiro, por pouco que seja.

Frances O'Grady, do sindicato TUC, é inequívoca: "Os contratos zero-hora são uma súmula de tudo o que está errado no Trabalho nos dias de hoje. Retiram todo o poder a quem trabalha e dão-no ao patrão. Qualquer pessoa com este tipo de contrato não tem nenhuma garantia de trabalho no dia seguinte.", arremata informando do efeito que este tipo de contrato tem nos serviços públicos "Em muitos sectores, especialmente em cuidados sociais, os contratos zero-hora são usados para baixar os custos com a mão-de-obra, sem qualquer preocupação com o impacto nos serviços e na força de trabalho". Conor D'Arcy, da Resolution Foundation, destaca a alteração que estes contratos provocam na própria natureza do trabalho "O crescimento contínuo dos contratos zero-hora durante a recuperação [do trabalho] sugere que eles são mais do que apenas um fenómeno relacionado com a recessão. Muitos empregadores começaram a usar estes contratos durante a queda económica, mas hoje continuam a fazer uso do baixo custo destes.".

Perante a contínua recessão económica, os países europeus e os Estados Unidos continuam a apostar no cavalo de Tróia da precariedade, que continua a acelerar a pobreza e a desigualdade. Esquemas como os falsos recibos verdes, os contratos zero-hora, os "partita iva" em Itália ou o trabalho temporário são novas formas de exploração máxima, representando um retrocesso social e civilizacional, afastando as pessoas do emprego e extorquindo-lhes a riqueza que produzem.


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