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pobreDiário Liberdade - A crise capitalista mundial aumentou a pobreza infantil em mais da metade dos países desenvolvidos, especialmente na Islândia, Grécia, Estado espanhol e México.


Relatório do centro de pesquisas da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência) divulgado nesta terça-feira (28) revela que, desde a crise capitalista de 2008, 2,6 milhões a mais de crianças estão abaixo da linha da pobreza nas nações "desenvolvidas". O número total nesses países chega à 76,5 milhões de crianças pobres.

De 2008 à 2012 os níveis de pobreza infantil aumentaram em 23 dos 41 países incluídos na lista, como na Islândia (20,4%), Grécia (17,5%), Letônia (14,6%), Irlanda (10,6%) e Estado espanhol (8,1%).

O Estado espanhol apresenta uma taxa assustadora de crianças vivendo na pobreza: 36%, a mais alta entre os países analisados, ao lado de Grécia e Letônia, com as mesmas cifras. Nos Estados Unidos, os números são de 32%, e na Itália são de 30%.

O percentual de casas com crianças que não têm condições de comprar carne, frango ou peixe a cada dois dias dobrou desde 2008 na Estônia, na Grécia e na Itália.

Em mais da metade dos países ricos, uma em cada cinco crianças vive em situação de pobreza, e na Grécia o índice triplicou desde a crise do neoliberalismo em 2008. De acordo com o relatório, as famílias gregas retrocederam 14 anos de progresso nos piores momentos da crise, enquanto Espanha, Irlanda e Luxemburgo, por exemplo, não ficaram muito atrás: 10 anos de retrocesso seus povos tiveram que pagar pela insaciável sede de lucros dos grandes capitalistas internacionais.

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Explica-se esse aumento brutal dos números o fato de a crise ter gerado um aumento constante de desemprego e os governos terem feito enormes cortes de gastos nos serviços públicos.

Os jovens com idades entre 15 e 24 anos são talvez os mais afetados. A taxa de pessoas nessa faixa etária que não estudam nem trabalham teve um aumento de praticamente 30% em países como Croácia, Chipre, Grécia, Itália e Romênia.

"Alguns estão desanimados e não podem entrar no mercado de trabalho ou estudar, mas outros estão cuidando de seus familiares. Em países como Turquia, Chile e México, onde esse números são mais altos, há muitas mulheres jovens que cuidam de suas famílias", disse a especialista da Unicef no tema, Yekaterina Chzhen, ao apresentar o relatório em uma conferência de imprensa em Genebra. "Não se trata necessariamente de algo bom, porque a evidência sugere que envolvê-las na economia e na educação é uma das melhores estratégias para o desenvolvimento dos países", explicou.

Só na União Europeia, 7,5 milhões de jovens não estudam nem trabalham, segundo os números de 2013 – quase um milhão a mais em relação ao ano de 2008.

O estudo indica que desde 2010 a maioria dos países desenvolvidos vêm mudando bruscamente suas políticas de estímulos por cortes nos gastos, causando um impacto negativo sobre as crianças, especialmente na região do Mediterrâneo.

"Os governos têm que investir para eliminar a pobreza extrema", adverte a Unicef, pedindo medidas dos Estados, que arquem com suas resonsabilidades para com os povos, especialmente as crianças.

Situação da pobreza infantil em Portugal

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2012 a intensidade da pobreza infantil atingiu 33,1%, ou seja, um terço das crianças em Portugal.

Na última segunda-feira (27), o comitê português da Unicef divulgou o primeiro relatório elaborado especialmente para tratar das condições das crianças portuguesas.

O comitê defende a criação de uma Estratégia Nacional para a Erradicação da Pobreza Infantil para combater as mazelas sofridas pelos menores portugueses, que deve adotar uma abordagem multidimensional e promover uma intervenção integrada e coordenada de vários setores, como a educação, saúde, segurança social, emprego e finanças, definindo metas e objetivos concretos.

Também defende um investimento na educação infantil, principalmente entre zero e três anos de idade, garantindo o acesso gratuito às famílias de baixa renda, especialmente em tempos de crise como a atual, exigindo também ao Estado português que assegure níveis mínimos essenciais de cada direito para as crianças.


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