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bolsaRevista Rubra - [José Martins] Ao contrário das especulações de certo neocatastrofismo, doença senil do marxismo acadêmico, a dinâmica do regime capitalista nunca se apresentou na forma de crise permanente.


A acumulação não se move aleatoriamente na rabeira das burocráticas demandas do governo e taxas de juros do banco central, como quer este marxismo do século XXI. Ao contrário, o atual regime de exploração da classe operária se move na cola da produção industrial de valor e mais-valor (lucro). Por isso a sua dinâmica se manifesta em ciclos periódicos de produção e superprodução de capital. Em fases de ascensão e de queda tendencial da taxa de lucro. Não existe crise permanente, mas ciclos periódicos em permanência.

Ignorando-se este preciso movimento do capital fica impossível estabelecer qualquer cenário, data e forma da próxima crise periódica do capital. Vejamos como isso se desenrola praticamente. Em Maio de 2014, por exemplo, em que ponto do ciclo nos encontramos? Iniciada na virada do 2º para o 3º trimestre de 2009, a atual fase de expansão da economia mundial ainda não dá sinal que esteja se esgotando. Ao contrário, as variáveis internas da acumulação de capital nos Estados Unidos – economia reguladora dos preços e da taxa geral de lucro no mercado mundial – fecharam nesta semana com valorização máxima. Veja, inicialmente, na curva abaixo, a evolução da valorização das ações (ou das propriedades capitalistas), bom indicador da variação dos lucros das empresas.

EUA – Evolução do valor das ações na bolsa de Nova York

Índice Down Jones média industrial – Maio 2009 – Maio 2014

índice Dow Jones

fonte: Bloomberg.com

Como se verifica no gráfico acima, no ponto mais baixo da fase de crise anterior (11/Maio/2009) o índice Down Jones bateu no seu recorde de baixa – cerca de 8400 pontos. Cinco anos depois, última semana de Abril 2014, o Down bateu o recorde histórico de alta, 16.500 pontos, muito acima também do ponto mais elevado da fase de expansão do ciclo anterior (2002/2008). Esse recorde foi alcançado pela divulgação de lucros que superaram as expectativas do mercado, e pela declaração do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de que vai continuar cortando o volume de compra de bônus do Tesouro devido ao ímpeto dos lucros na economia.

Mesmo a eclosão dos primeiros sinais concretos de guerra civil na Ucrânia a indicar que a guerra pode se espalhar por grande parte do leste europeu parece ter pouco efeito sobre a expansão econômica. Nada estimula mais a acumulação do que as sangrentas e altamente lucrativas guerras. Pode-se comprovar que as crises do capital desapareceram durante as grandes guerras mundiais, quando boa parte das linhas de produção converte-se em linhas de destruição.

Segundo dados compilados pela Bloomberg, durante a última semana mais de 140 empresas divulgaram lucros acima das previsões dos analistas. Cerca de 76% delas informaram lucros recordes nesta temporada. Mais de 52% superou as projeções de vendas. Outros dados divulgados mostraram que o consumo individual e das empresas privadas foram sacudidos do marasmo do inverno. O consumo individual de bens duráveis subiu 0,9% em Março, o maior desde Agosto de 2009. Os rendimentos em geral tiveram o maior aumento em mais de sete meses. Um relatório do Institute for Supply Management mostrou que, em Abril, as fábricas aumentaram a contratação de força de trabalho no ritmo mais rápido em quatro meses. O mesmo relatório informa que as manufaturas tiveram a maior expansão do ano.

Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho no final da sexta- feira, dia 2 de Maio, indicam que o número de empregos em Abril na economia dos EUA teve o maior aumento dos últimos dois anos e que a taxa de desemprego mergulhou para 6,3%, a menor desde 2008. Trataremos mais de perto destes dados da produção e do emprego em um próximo boletim, avaliando melhor esse momento em que a fase atual de expansão do capital, iniciada há cinco anos, parece estar entrando em aceleração máxima. Marx seja louvado!


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