Das pessoas sem residência, 47% estão desempregadas, 25% têm um trabalho regular e 28% são aposentadas ou carecem de capacidade laboral.

Desde 2001, segundo o relatório, o número de pessoas sem domicílio fixo (SDF) duplicou; mais da metade delas são estrangeiras e duas em cada cinco são mulheres.

Da cifra total de pessoas sem teto, aproximadamente 50% estão em albergues coletivos, 35% em locais de associações humanitárias, 12% em pequenos hotéis de trânsito e 9% estão nas ruas, dormindo em parques, estações de metrô, fábricas abandonadas, centros comerciais, lugares de culto e caminhões.

A pesquisa foi publicada depois de várias organizações de assistência às pessoas sem domicílio fixo (SDF, como conhecidos na França) terem advertido sobre o aumento de pessoas sem amparo durante os últimos meses.

De acordo com uma reportagem publicada em junho pela agência Reuters, o preço da habitação na França tem subido vertiginosamente desde 2000, com base em uma população crescente e com o crédito barato, com preços que desafiaram a recessão.

Dados do governo mostram que o custo de uma residência no país ultrapassou o aumento da renda dos lares em 70%.

Já a Fundação Abbe Pierre calcula um número de 274 mil pessoas sem teto na França, incluindo os que vivem em abrigos, hotéis de trânsito e locais improvisados em acampamentos e afins.

Isso significa quase a metade das 633.782 pessoas registradas oficialmente como sem teto em uma única noite, em 2012, nos Estados Unidos, um país cuja população é quase cinco vezes maior que a francesa. Comparações exatas são difíceis porque os países usam diferentes métodos, mas ambas as medidas incluem pessoas que estão vivendo nas ruas ou em abrigos temporários.

Em 2007, havia 100.000 franceses sem teto, de acordo com a organização Emmaüs France, e em 2010, uma estimativa da Rede de Apoio à Integração Sócio-laboral (Rais) calculou um número de três milhões de pessoas sem teto em toda a Europa, que tinha uma população de 731 milhões de pessoas em 2007, de acordo com a ONU.