As vendas de petróleo pelo conjunto das seis monarquias reacionárias do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã, Bahrein e Kuwait) representa mais da metade da produção mundial. A realização das vendas em dólares constitui um dos principais pilares do controle da especulação financeira mundial pelo imperialismo norte-americano, a base dos mecanismos de repasses de recursos para o sistema financeiro e da crise para os demais países. Por exemplo, o principal produto das exportações dos EUA é justamente o dólar.
No próximo período, a tendência dos preços do petróleo é à queda devido ao aprofundamento da crise capitalista. A repetição da queda que aconteceu em 2009, quando o preço do barril tipo Brent caiu de US$ 140 para um pouco mais de US$ 30, atingiria em cheio as economias altamente dependentes dos hidrocarbonetos. Soma-se a isso, a esperada queda na produção saudita devido a queda no consumo e ao aumento da produção na Líbia, no Iraque e nos EUA, neste último devido ao incremento da produção a partir do xisto, viabilizada por métodos altamente depredadores como a fratura hidráulica e a fratura horizontal.
Os grandes volumes das reservas internacionais, acumuladas basicamente em dólares, tendem a converter-se em fumaça nas condições de disparada da inflação que estará colocada à ordem do dia no próximo período. A escalada da desestabilização no Oriente Médio pode levar ao colapso dos petrodólares o que levaria a economia norte-americana à bancarrota e tornaria fumaça as reservas internacionais acumuladas nessas moedas. O governo norte-americano perderia o principal mecanismo de repasse de recursos públicos para as multinacionais, viabilizado por meio das emissões de títulos públicos. Os serviços da gigantesca dívida pública somente poderiam ser viabilizados por meio da disparada da taxa de juros, que hoje está em torno a 1%. O orçamento público dos EUA depende em 40% desses mecanismos. O aumento da inflação somente para os níveis de 1980, quando atingiu 21% ao ano, levaria o País para a hiperinflação e provocaria uma enorme perda do valor do dólar.
A exposição da Arábia Saudita às revoltas populares aumenta sem parar. Os petrodólares não estão viabilizando a criação de empregos e a perda do poder de compra da população. Os bilhões que a reacionária monarquia têm jorrado na economia mostra a enorme preocupação para manter em pé o decrépito regime.