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europaafundeUnião Europeia - Brasil Atual - [Flávio Aguiar] A semana europeia abriu com manifestações na Islândia e na Eslováquia. Naquele país houve passeata na capital contra os planos de "austeridade". Neste, os professores em greve por um reajuste de 10% saíram as ruas em protesto contra o governo que não quer ceder.


Na Catalunha o povo não foi à rua, mas às urnas, dando uma votação expressiva aos partidos mais à esquerda no espectro político, tanto no bloco separatista como no não separatista. Naquele bloco o partido vitorioso (embora não majoritário) foi o Esquerda Republicana, que de dez cadeiras no Parlamento passou para 21, tornando-se a segunda força nele, depois do Convergência e União, do presidente da província, Artur Más, que permanece majoritário, mas derrotado, caindo de 62 cadeiras para 50. (Ontem, na Rádio Brasil Atual, analisei a eleição catalã com mais detalhes).

Mas os lances mais espetaculares da semana que terminou e desta que ora começa se deram nas reuniões a portas fechadas. Depois de dois dias de conversações, os governantes da UE não conseguiram chegar a um acordo sobre o orçamento continental até 2020.

Motivo: quatro dos países mais ricos, Alemanha, Suécia, Reino Unido e Holanda exigem cortes substanciais no orçamento, tanto no que se refere ao financiamento da burocracia da própria UE – sediada em Bruxelas –, quanto no que se refere a transferências de recursos dos países mais favorecidos aos menos favorecidos sob a forma, por exemplo, de subsídios agrícolas.

Essas transferências são vitais não só para os países em crise aberta, como Portugal, Espanha e Grécia, mas também para os do antigo Leste europeu. A discussão foi suspensa, ficando a decisão para janeiro. Entretanto, os governantes daquele quarteto voltaram para casa cantando vitória, afirmando que conseguiram bloquear o "aumento" das despesas. Nesta reunião viu-se um raro momento de união entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro ministro britânico, David Cameron.

Já na segunda-feira, depois de um fracasso na semana anterior e de uma reunião de mais de 12 horas que entrou noite adentro, os ministros da área financeira mais a diretora Christine Lagarde do FMI, conseguiram desenhar um acordo para a ajuda à Grécia. Esse acordo prevê a entrega de mais 44 bilhões de euros ao país quebrado até março do ano que vem. Destes, 34,4 bi já serão entregues em dezembro (23,8 bi para os bancos e 10,6 bi para o governo), como ajuda orçamentária.

A divergência desta reunião pode ser resumida como uma queda de braço entre Lagarde e o ministro alemão Wolfgang Schäuble. Lagarde defende (e continua defendendo) a ideia de que a solução grega depende de um novo corte na dívida que possibilite ao país retomar o crescimento e diminuir o desemprego. Já Schäuble lidera os ministros que não querem nem ouvir falar em novo corte. Suas razões estão claramente ligadas ao fato de que ele precisa aprovar as ajudas financeiras num parlamento (o Bundestag) cada vez mais hostil a cortes na dívida grega, às vésperas de um ano eleitoral.

A crítica de Lagarde a essa posição espelha o pensamento de que Schäuble e Merkel estão sobrepondo ao interesse europeu seu interesse eleitoral, adiando o inevitável, ou seja, o referido novo corte na dívida grega. Essa medida vem sendo considerada imprescindível por uma série de analistas econômicos, que consideram a posição da dupla de Berlim como causadora de um "sacrifício inútil" aos gregos e um agravante da própria crise, uma vez que perpetua o sufoco de Atenas e impede que o país saia da recessão – empurrando a Europa inteira para o fosso da depressão econômica.

Enquanto isso, só para completar o quadro europeu, na França a direita se afunda numa disputa feroz pelo vazio deixado por Sarkozy entre François Fillon e Jean François Copé, que querem liderar o partido e não chegam a um acordo sobre a votação para escolher seu líder. Na Itália realizou-se o primeiro turno para decidir quem será o líder do Partido Democrático, de centro-esquerda, ficando a decisão final para dezembro. E à direita Berlusconi, que antes anunciara a decisão de não concorrer ao cargo de primeiro-ministro, voltou atrás, dizendo que agora está reconsiderando a disputa pelo cargo.

A Europa fervilha...


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