A crise econômica atual originada pelo "boom" do sistema imobiliário nos Estados Unidos e depois retransmitidos para os países europeus, por meio dos títulos podres, já deixou milhares de famílias desalojadas de suas casas.

Nos Estados Unidos há cidades inteiras onde as famílias que perderam suas casas moram em barracas. Na Europa, um dos países onde há mais vítimas dos especuladores do mercado imobiliário é o Estado Espanhol.

À medida que a crise avançou e as famílias ficaram sem condições financeiras de pagar as hipotecas das suas casas, foram automaticamente despejadas.

Nos últimos dois meses, foram registrados pelo menos dois casos de suicídio envolvendo despejos de imóveis. Um deles aconteceu na sexta-feira, dia 16 de novembro, envolvendo uma senhora de 53 anos, Amaia Egaña, que se jogou do quarto andar do seu apartamento enquanto assistentes judiciais estavam tentando despejá-la.

Estes e outros casos que demonstram uma enorme oposição popular já fizeram com que o governo diminuísse um pouco o número de despejos. O governo do direitista Mariano Rajoi decretou uma moratória nos despejos para determinadas famílias para evitar uma crise maior. Foram suspensos por dois anos os despejos para famílias com rendimento inferior a 1.597 euros, com filhos pequenos, deficientes e desempregados crônicos.

Por esse período de dois anos os despejos estão apenas suspensos, mas os bancos poderão reaver as casas a qualquer momento. Aliás, os bancos, mesmo com ajuda de 100 bilhões de euros do fundo de resgate europeu. Já confiscaram 400 mil imóveis desde o início da crise imobiliária em 2008. Muitos destes imóveis são residenciais.

Os bancos, no ano passado, despejaram 77 mil pessoas de suas casas, já no primeiro semestre de 2012 o número de despejos chegou a 50 mil.