1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

100612 futuro2Estado espanhol - Diário Liberdade - O último relatório do Comité de Direitos Económicos e Sociais e Culturais (CDESC) da Organização das Nações Unidas é meridianamente claro com as medidas adoptadas pelo governo espanhol (nas mãos da ultradireita espanholista do Partido Popular): ”prejudicam de forma desproporcionada” os grupos sociais mais desfavorecidos, nomeadamente “adultos e jovens desempregados/as”, idosas/os, migrantes e solicitantes de asilo, grupos étnicos minoritários e pessoas com discapacidades.


As medidas que o executivo de Rajói está a promover sob o pretexto da recuperação económica  –cortes sem final à vista que o relatório chama de “medidas de austeridade”- afundam, segundo o CDESC,  na “redução dos níveis de proteção”, que preocupam o organismo.

O arrepiante incremento da pobreza na cárcere de povos que é o Estado espanhol (a taxa já está em 21,8%, sendo 25% para as crianças) é vinculada no documento com as medidas tomadas por Rajói.

Rajói faz o contrário ao que a ONU recomenda

Perante os altos níveis de desemprego (24,6% atualmente) a ONU aconselha o governo espanhol “evite qualquer retrocesso” na “proteção dos direitos laborais dos trabalhadores”. Rajói vem de retirar uma paga ao funcionariado público, além de outras medidas de (des)proteção dos direitos laborais.

Estado espanhol descumpre tratados internacionais e salário mínimo assegura nível de vida “indigno”

O comité da ONU indica que os cortes no acesso à sanidade de pessoas migrantes ‘sem papéis’, que atualmente não têm acesso ao sistema sanitário excepto em situação de emergência, viola as convenções internacionais assinadas pelo Estado espanhol

O estudo aponta ainda que o salário mínimo estabelecido tem “um valor que não permite um nível de vida digno”.

Para rematar, o estudo é anterior à dose extra de cortes aprovados por Rajói há escassos dias.

E o governo oculta o relatório

Pouco importa que já em junho a ONU pedisse a maior difusão para o estudo que, agora, vem à tona nalguns meios do Estado espanhol –embora com nula atenção na maior parte deles. O governo espanhol, convenientemente, não fez público o documento.

Uma lição de transparência que, felizmente, sim clarifica um assunto: a cada vez mais presente censura na média do Estado espanhol, que corresponde cada corte económico-laboral com mais um nas liberdades individuais e sociais –direito à manifestação, cortes na liberdade de expressão...

Perda de legitimidade

Entretanto, apesar de tretas e obscuras manobras, verifica-se no Estado espanhol que, ao tempo que crescem os cortes, cresce a resposta. Às massivas manifestações de 19 de julho em resposta às medidas de agressão do governo, somaram-se hoje novos protestos do setor público na Galiza.

Haverá mais mobilizações em agosto, e para setembro já há uma greve geral convocada no País Basco. Com muita probabilidade, na Galiza a Confederação Intersindical Galega comandará uma iniciativa análoga também para setembro, tentando contar com o apoio dos sindicatos espanhóis que operam no país, que já é maciçamente reclamada entre os movimentos sociais galegos.

Por outro lado, hoje também foi publicado pelo El País um inquérito de intenção de voto que demonstra a espetacular perda de apoio dos dois maiores partidos maioritários.

O Partido Popular sofre o desgaste mais rápido de um governo desde o final do franquismo (está agora em 30% sobre o total da gente que emitiria voto válido), mas não o rentabiliza o PSOE –principal partido da oposição, anterior no governo e autor também de numerosos cortes-, que se mantém cerca do 25%, cifra semelhante à que obteve no seu claríssimo afundimento nas eleições de novembro passado.

Verifica-se um forte aumento da ultradireita populista de UPyD, que duplica o seu apoio desde o novembro passado até quase 10% e um moderado crescimento dos socialdemocratas de Izquierda unida, agora em 12% de apoio.

Tendo em conta que 67% da população com direito a voto o exerceu nas eleições de 2011, temos que o Estado espanhol é hoje comandado com maioria absoluta por um partido com o apoio de só uma a cada cinco pessoas. Essa é a democracia burguesa.

... e as consequências a cada vez piores

Para terminar, hoje soubo-se que a Catalunha não vai poder pagar no mês de julho hospitais, centros assistenciais e escolas concertadas. Estes hospitais atendem a metade da população catalã, e a medida vai afetar cerca de 7.500 entidades e 100.000 trabalhadoras e trabalhadores.

As condições de vida da classe trabalhadora do Estado espanhol continuam na sua queda livre, como o grande capital dita que deve ser.

Foto do Diário Liberdade - Protesto em Ferrol, Galiza, em junho de 2012. Os brutais ataques do capitalismo têm a sua resposta.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.