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280412 chequiaRepública Checa - Resistir - 150 mil manifestantes em Praga abalam o governo de direita na maior manifestação de sempre desde a restauração do capitalismo.


Jornais portugueses pouco ou nada noticiaram

Sábado, 21 de Abril, 150 mil pessoas manifestaram-se nas ruas de Praga. Foi uma das maiores manifestações, se não a maior, desde a restauração do capitalismo em 1989.

Convocada pela Confederação dos Sindicatos Checos e Moravos (CMKOS), a manifestação pôs em causa o plano de austeridade do governo direita, adoptado em Abril, que prevê uma série de medidas anti-sociais nos moldes dos planos adoptados na Grécia, em Portugal e na Espanha.

Dentre as medidas avançadas pelo governo estão a alta da taxa de IVA, o congelamento das aposentações, a redução drástica dos orçamentos da educação e da saúde, dos desembolsos médicos e ainda a privatização progressiva dos sistemas de segurança social e da educação superior.

No cortejo, numerosos militantes sindicais do CMKOS, membros de 21 associações cívicas e também vários milhares de militantes comunistas marcharam ostentando bandeirolas onde se lia: "Façamos o governo fracassar".

Também foram exibidas palavras de ordem mais gerais, ilustrando a desilusão dos checos para com o sistema restaurado em 1989. Elas resumiam-se na palavra de ordem simples de "Abaixo o capitalismo!"

Após o comício o presidente do CMKOS, Jaroslav Zavadil denunciou os ministros que "humilham os humildes com suas reformas anti-sociais". E acrescentou: "Eles nos prometeram a responsabilidade orçamental, mas trata-se sim da dívida do governo que está em vias de aumentar".

"Eles prometeram lutar contra os subornos mas a corrupção gangrenou os seus partidos e toda a sociedade. É demasiado – é necessário que o governo recue e que se façam eleições antecipadas", declarou Zavadil.

A amplitude da frente social, as divisões no seio de um coligação governamental minada por escândalos de corrupção sem precedente poderiam fazer explodir nesta 6ª. feira um governo que se sustém por um fio.

O voto de confiança de 6ª feira 27 de Abril é decisivo para o futuro da coligação de direita constituída em 2000 entre o partido de direita tradicional ODS, o partido de Vaclav Havel e Vaclav Klaus e duas novas formações liberais, TOP 09 e Assuntos Públicos (AP), atingidas em pleno por escândalos de corrupção que implicaram nomeadamente a dissolução da AP.

Para o Partido Comunista da Boémia-Morávia (KSCM), o governo "não tem mais nenhuma legitimidade" e é indispensável convocar eleições antecipadas, "única solução possível".

O KSCM exige do governo que ouça as solicitações populares que "ponha um fim à destruição da economia checa e ao recuo progressivo das condições de vida do povo".

O KSCM, com seus 100 mil aderentes, seus 26 deputados e seus 11,9% nas últimas legislativas é actualmente o principal partido de oposição na República Checa ao capitalismo triunfante após a contra-revolução de veludo.

Segundo as últimas estimativas, ele obteria um avanço histórico em caso de eleições antecipadas uma vez que atingiria o segundo lugar, atrás do Partido Social-Democrata, obtendo cerca de 20% dos votos.

Mais de vinte anos após a restauração capitalista na República Checa, como em toda a Europa do Leste, a desilusão é imensa em relação a um sistema capitalista que havia prometido prosperidade e liberdade e que não levou senão à austeridade e autoritarismo.


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