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EURO 401012012161052PCO - O objetivo é salvar os especuladores financeiros da bancarrota e promover o repasse do peso da crise para as costas das massas trabalhadoras através do aumento da inflação.


Perante o aprofundamento da crise capitalista mundial, as principais potências imperialistas têm aumentado as emissões de papel moeda sem lastro produtivo com o objetivo de salvar os especuladores financeiros da bancarrota e promover o repasse do peso da crise para as costas das massas trabalhadoras através do aumento da inflação. Essas operações são batizadas de nomes pomposas, como QE (quantitative easing ou facilitação quantitativa), mas, independentemente da camuflagem, trata-se de uma política suicida, pois conduz à hiperinflação (e não à deflação! como propagandeia aos quatro ventos a imprensa burguesa) no contexto de estancamento econômico o que deverá, certamente, disparar o avanço das massas trabalhadoras. O ponto central da questão é que os imperialistas não têm alternativas e se encontram muito fragilizados devido ao profundo endividamento generalizado, público e privado, promovido desde o colapso capitalista de 2007-2008, e à enorme deterioração da economia. O capitalismo ainda não engripou como aconteceu no início da década de 30, mas acumula as maiores contradições de toda a história da humanidade.
Entre 2008 e 2011, o imperialismo norte-americano despejou mais de US$ 20 trilhões de dólares, mediante vários programas e mecanismos. O imperialismo inglês, através do BoE (Banco da Inglaterra) comprou títulos públicos por US$ 431 bilhões somente em 2011 e continua mantendo a taxa de juros em 0,5%. O imperialismo alemão, através do BCE (Banco Central Europeu) promoveu o repasse, somente através do programa LTRO (long term refinancing operations), de € 1 trilhão nos meses de dezembro e fevereiro.
Os resultados têm sido só alguns suspiros a mais do moribundo capitalismo parasitário que começou a entrar em colapso novamente, e de maneira ainda mais grave, a partir de setembro do ano passado.
A contenção da crise capitalista não depende de tal ou qual política deste ou aquele governo. Ela é impossível de ser contida, pois é impulsionada pelas próprias leis intrínsecas do capitalismo, a começar pela lei do valor- trabalho, que promove, de maneira automática, a busca por lucros a qualquer custo pelos capitalistas, que são uma mera personificação do “senhor capital”. O uso da técnica, incentivado pela concorrência, tem levado às demissões de trabalhadores, mas, ao mesmo tempo, tem provocado a continua queda da taxa geral de lucro, que é obtida através da exploração dos trabalhadores que têm confiscada a maior parte dos frutos do seu trabalho. Por esse motivo, o capitalismo tem, cada vez mais, dificuldades para extrair lucros da produção e assistimos ao mais alto grau de parasitismo da história da humanidade. Um punhado de famílias imperialistas, que controlam a especulação financeira, transformaram o mundo num verdadeiro casino, de apostas e contra-apostas, onde vale tudo para manter os seus lucros – o maior número de guerras da história nos últimos 40 anos, a depredação dos recursos naturais em larga escala, a superexploração dos trabalhadores, a proliferação do trabalho escravo e o crescimento das atividades ilícitas, como por exemplo o direcionamento de bilhões de dólares do tráfego de drogas para os bancos imperialistas e os componentes secretos do orçamento públicos norte-americano.

O imperialismo japonês aumenta as emissões de papel moeda em trilhões de ienes
 
O BoJ (Bank of Japan) deverá adicionar entre ¥ 5 e ¥ 10 trilhões (entre US$ 62 bilhões e US$ 124 bilhões), que deverão adicionar-se aos ¥ 65 trilhões (US$ 800 bilhões) de compra de títulos podres dos bancos, sob o programa QE, e que tem sido o principal instrumento para manter as taxas de juros próximas a 0%. Trata-se da quinta emissão desde outubro de 2010, quando o programa foi lançado. O BoJ detém o maior balanço mundial em relação ao PIB doméstico na comparação com os demais bancos centrais. Nas operações anteriores, as multinacionais japonesas usaram os recursos para comprar ativos no exterior para facilitar as suas exportações. Agora, devido à paralisia das exportações, provocada pelo aprofundamento da crise capitalista mundial, os recursos deverão ser destinados a cobrir os rombos das matrizes e à compra de títulos públicos japoneses e estrangeiros, aumentando assim o foco especulativo da economia japonesa, apesar de que, desde fevereiro, o sistema financeiro japonês vendeu ¥ 331 bilhões em títulos financeiros estrangeiros.
A última operação de QE do BoJ aconteceu em fevereiro deste ano e levou à queda da cotação do iene em 5% em relação ao dólar. O efeito foi o aumento dos custos das importações de petróleo, o que provocou uma enorme queda do superávit comercial devido aos altos preços dos hidrocarbonetos promovido pelos especuladores financeiro. O mesmo efeito deverá acontecer novamente agora.
 
A Reserva Federal dos EUA deverá implementar o programa QE3
 
O FOMC (Federal Open Market Committee) da Reserva Federal (banco central) dos EUA manteve as taxas de juro no intervalo de 0% a 0,25% e a previsão de crescimento do PIB entre 2,4% a 2,9% para este ano, e anunciou que lançará mais uma rodada de compra de títulos para reduzir o custo dos empréstimos “se a economia assim o requerer”.
A “economia” sim o requererá devido ao alto volume de títulos podres que infecta os balanços dos bancos imperialistas norte-americanos. Apesar de toda a propaganda em torno à suposta melhora da economia norte-americana, todos os indicadores mostram que se trata de uma operação propagandística para viabilizar a reeleição de Barak Obama, que é o candidato favorito dos especuladores financeiros, por ter as melhores condições para manter as políticas atuais e conter as massas trabalhadoras.
O desempenho da economia real só registra deterioração. A demanda por bens duráveis registrou a sua pior queda dos últimos três anos em março, 4,2% segundo o Departamento do Comércio. Os equipamentos para transporte caíram 12,5%, a maior baixa desde novembro de 2010. A produção industrial como um todo ficou estancada pelo segundo mês consecutivo, e caiu no mês de abril, devido ao contágio do aprofundamento da crise capitalista na Europa e na China. A suposta melhoria do desemprego não passa de manipulações estatísticas que não contabilizam a maioria dos desempregados, nem consideram que os novos empregos criados nos últimos quatro anos são na sua maioria de meio período e baixos salários.
O novo programa QE3 deverá somar-se às dezenas de trilhões de dólares que foram repassados para os especuladores financeiros e, mais uma vez, estará fadado ao fracasso ao mesmo tempo que alimentará um colapso capitalista de maiores proporções.
 

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