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160116 casusGrécia - Resistir - "Sustentabilidade", "razoabilidade", "reforma necessária" são algumas das palavras proferidas por responsáveis do governo [grego] no esforço para defenderem seus planos contra o sistema de segurança social e para ocultar a verdade.


Elas não originais de todo. A "sustentabilidade" e "razoabilidade" do sistema foram mencionadas por todos os governos anteriores a fim de justificar as suas próprias intervenções anti-povo no sistema de segurança social. Eles estão agora a fazer o mesmo. A ND e o PASOK utilizaram toneladas de mentiras e dados selectivos na sua argumentação. Hoje, a coligação governamental do partido "de esquerda" SYRIZA e o partido alegadamente "patriótico" ANEL estão a fazer o mesmo.

Governos burgueses anteriores "de direita", "sociais-democratas" e "tecnocráticos" também implementaram aumentos na idade de reforma, aumentos das contribuições de segurança social e reduções nas pensões. As novas medidas do governo SYRIZA-ANEL são uma continuação de todas as leis anti-povo anteriores.

Esta é a razão porque o governo SYRIZA-ANEL está a tentar por um lado diferenciar-se dos outros partidos burgueses utilizando slogans falsos e por outro a atentar reduzir ou assimilar protestos populares com mentiras e manobras.

Esta semelhança com governos anteriores não é de modo algum acidental. O governo está a marchar sem desvios ao longo da linha estabelecida pelas directivas específicas e orientações da UE, as quais objectivam libertar o capital e o seu estado das suas contribuições para o sistema de segurança social, para transformar cuidados de saúde, previdência e pensões num assunto privado para os trabalhadores.

No final das contas, eles pretendem criar novas avenidas de lucratividade para os abutres das companhias de seguros privadas, seja através da sua gestão dos activos dos fundos profissionais ou através de contratos de seguro nos sectores da saúde e das pensões.

Todas as leis redigidas ao longo dos últimos 25 anos, dentre elas aquelas votadas favoravelmente ou que estão a ser preparadas pelo governo actual, estão completamente alinhadas com o objectivo de mais uma vez reduzir o preço da força de trabalho a fim de aumentar a lucratividade do capital. A diferença é que o governo de hoje está mais uma vez a exibir a pose de que alegadamente é um "negociador duro" com as organizações imperialistas (UE, Banco Central Europeu, FMI). Assim, G. Katrougalos, o ministro do Trabalho, declarou: "O povo deveria tomar as ruas. O povo nas ruas apoia as mesmas coisas que eu. Redistribuição, pensões mais altas... E estou a tentar negociar as instituições em favor destas coisas. Contudo, ao mesmo tempo estou também a tentar equilibrar entre a necessidade de o sistema de pensão ter estas características e a necessidade de colmatar os défices que existem. E nossa diferença básica com os governos anteriores é que a minha reforma tem um carácter redistributivo e é socialmente favorável àqueles 'na base' ".

O descaramento destes chamados "esquerdistas radicais" não tem limites. E se os objectivos do governo estão alinhados com aqueles do povo, como é possível que a Federação Helénica de Empresas (SEB) e as "instituições", isto é, a UE e o FMI, aplaudam o plano do governo contra a segurança social e Katrougalos fique satisfeito com isto?

Se o governo quer que o povo vá às ruas, então porque é que ele enviou a polícia de choque para atacar a manifestação do PAME na sexta-feira passada, em 08/Janeiro/2016?

Se esta reforma é "socialmente favorável aos de baixo" então porque ela esmaga os pequenos e médios agricultores, abole a EKAS (pensão adicional) para pensionistas pobres, condena velhos e novos pensionistas a pensões de fome?

O ministro é um mentiroso e um trapaceiro e quer o movimento para a manifestar-se a favor do governo para esconder que está do mesmo lado do patronato e das "instituições".

O secretário-geral do Comité Central do KKE, Dimitris Koutsoumpas, durante sua visita à 4ª maior cidade da Grécia, declarou que "A nova lei da segurança social é um casus belli para a classe trabalhadora e os estratos populares". Como enfatizou o secretário-geral à sede da municipalidade e após reunião com o alcaide comunista, K. Peletidis, "É preciso que haja um levantamento geral de modo a que este projecto de lei não seja posto sobre a mesa ou proposto, nem na forma que ele finalmente tomará após as negociações do governo com seus 'parceiros'. Ele não deve ser apresentado no Parlamento. Se for apresentado deve-se votar contra ele. E naturalmente isto pode acontecer só se a classe trabalhadora, os agricultores pobres, os auto-empregados, a juventude e as mulheres dos estratos populares do nosso país tomarem as ruas. Se forem às ruas e manifestarem seu poder real, então este projecto de lei pode realmente ser atirado para o lado".
12/Janeiro/2016


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