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270115 chiGrécia - Diário Liberdade - [Atualizado ao meio-dia de 27.01.15] Uma rápida reunião entre os líderes da Syriza e dos 'Gregos Independentes' serviu para garantir o apoio dos deputados desse grupo ao novo governo que vai presidir Alexis Tsipras.


Foto: Hua Chunying, porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

O nome do líder dos direitistas 'Gregos Independentes', Panos Kammenos, soa já como novo ministro da Defesa no governo de coligação com a Syriza.

Entretanto, o Diário do Povo chinês, órgão do Partido Comunista da China, publica hoje a "congratulação" do governo chinês perante a vitória da coligação de esquerda Syriza na Grécia.

A vitória da chamada "Coligação da Esquerda Radical" (Syriza nas siglas gregas), o maior partido da oposição na última legislatura, é vista com simpatia pelo governo chinês, que através da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, manifestou satisfação e refairmou que "a amizade entre a China e a Grécia data de há muito tempo".

Hua Chunying declarou ontem que a China "quer trabalhar em conjunto com o novo governo grego para aprofundar o intercâmbio e a cooperação em diversas áreas e promover ainda mais a parceria estratégica global bilateral".

Palavras semelhantes foram ditas por representantes governamentais chineses no passado recente, quando governava o PASOK de Georgios Papandreu, o que provocou que em 2010 o Partido Comunista da Grécia (KKE) criticasse com duros termos a "identificação" do PC Chinês com a "Internacional Socialista", chegando a declarar que "na China atual se desenvolvem as relações capitalistas com a particularidade de que isto acontece sob a direção política de um partido que leva o título de 'comunista'".

Na altura, Liu Jieyi, Diretor Adjunto do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista da China, afirmou que "a relação entre o PASOK e o Partido Comunista da China é excelente e temos toda a intenção de colaborar estreitamente para promover as relações entre os partidos e através deste canal a reforçar a cooperação estratégica excelente entre os dois países, especialmente agora que nos enfrentamos a tantos desafios".

De facto, a China comprou parte da dívida pública grega e assinou acordos económicos em setores como a construção naval ou as energias renováveis.
Entretanto, na Europa, Alemanha, Finlândia e outros estados já lançaram advertências contra uma eventual falta de pagamento da dívida por parte do novo governo grego, configurado já ontem após um acordo entre Syriza e o direitista e nacionalista dos 'Gregos Independentes', opostos, como a Syriza, ao atual memorando. Por sua vez, o Reino Unido ofereceu-se para ajudar o novo governo grego na nova política fiscal, segundo alguns meios.


260115 ts[00.00 de 26.01.15] Syriza ganha na Grécia com um programa de reformas "anti-austeridade"

Com 80% de votos contabilizados, a coligaçom Syriza atinge 149 cadeiras e afirma-se como força maioritária, mandando a direita para a oposiçom.

Com um discurso anti-austeridade, a coligaçom liderada por Alexis Tsipras ganha as eleiçons e manda para a oposiçom a Nova Democracia, partido governante até hoje e executor das ordens da Troika na Grécia. Com 36% de votos e as 50 cadeiras somadas tradicionalmente na Grécia à lista mais votada, Syriza fica com 149 deputados, dous aquém da maioria absoluta.

A terceira força, apesar de perder votos e deputados, é o nazi Aurora Dourada (passa de 18 para 17, com mais de 6%), ficando em quinto lugar o Partido Comunista (KKE), que sobe em percentagem e em cadeiras (de 12 para 15, com mais de 5%). O PASOK fica reduzido à irreleváncia no novo parlamento, perdendo 2/3 da percentagem e dos deputados, ficando reduzido de 33 a 13 cadeiras. 

Contodo, a maior força da jornada foi a abstençom, que atingiu os 40% do censo. 

Syriza, definido mediaticamente como "esquerda radical", propom mudar as políticas de austeridade sem abandonar a UE nem a uniom monetária. Para isso, propom renegociar as condiçons que a troika vem impondo à Grécia, reestruturando parte da dívida pública grega e incluindo umha moratória para o serviço da dívida, que permita poupar fundos e "estimular o crescimento" através de um programa neokeynesiano.

Regresso à situaçom pré-crise e reformas no interior da economia de mercado

O programa do partido ganhador nom passa das reformas de orientaçom social-democrata, o que nom deixa de escandalizar a imprensa burguesa. Entre as suas propostas, está excluir os investimentos públicos das restriçons do Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE e aumentar o investimento público europeu financiado polo Banco Europeu de Investimento. No interior do país, Syriza prevê aumentar o investimento público em 4 mil milhons de euros, com umha orientaçom neokeynesiana para a saída da crise.

O "gradualismo" e o respeito pola economia capitalista de mercado definem as propostas do partido de Tsipras, incluindo aí o aumento de salários e pensons até valores anteriores à crise, assim como os "incentivos ao emprego" na pequena e média empresa, bem como os subsídios ao custo da energia na indústria em troca de novos postos de trabalho.

A política económica incluirá o investimento de 1,9 mil milhons de euros e ajudas aos setores sociais com menos recursos, com eletricidade grátis para 300 mil famílias que vivem abaixo do limiar de pobreza; subsídios à alimentaçom para famílias sem rendimentos, em coordenaçom com as autoridades locais, a Igreja e ONGs; programa de garantia de habitaçom, pagando parte da renda de pequenas casas a 30 mil famílias; assistência de saúde e farmacêutica livre para desempregados sem subsídio; cartom especial para transportes públicos, entregue a desempregados de longa duraçom; e revisom dos impostos dos combustíveis e para aquecimento em casa.

O salário mínimo deverá recuperar o valor anterior à crise, atingindo os 751 euros, haverá mudanças nos escalons dos impostos, com maior "progressividade", serám recuperados direitos laborais perdidos com o memorando, assim como os acordos coletivos, suspendendo-se os despedimentos massivos e injustificados. O combate à evasom fiscal completa as medidas mais salientáveis do programa ganhador nas eleiçons deste domingo, sobre cujo cumprimento teremos notícia nos próximos meses.


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