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japaoJapão - Voz da Rússia - [Liudmila Saakyan] Em 21 de novembro, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, dissolveu a câmara baixa do parlamento, o que ele anunciou ao público com antecedência. Abe apostou em reforçar a sua carreira política.


A dissolução do parlamento japonês de hoje (21) ocorreu em condições de uma recessão que atingiu de repente a terceira maior economia mundial. No terceiro trimestre o PIB do país diminuiu em 1,6%, e no segundo trimestre a redução foi de 7,3%.

No caso de a coalizão governante – o Partido Liberal Democrata do Japão, liderado por Abe, e o partido Novo Komeito – não receber a maioria nas eleições, o primeiro-ministro prometeu deixar o seu cargo. "Eu quero ouvir a voz do povo. Eu vou demitir-me se perdermos a maioria (no parlamento) e percebermos que as medidas econômicas que eu adotei não são apoiadas pelo povo", disse Abe.

Peritos apontam para o aumento do imposto sobre vendas de 5% para 8%, lançado em abril deste ano, como a principal razão da recessão. O aumento do imposto destinava-se a conter a enorme dívida pública, a maior entre os países desenvolvidos. Mas o plano não funcionou: o crescimento do consumo privado, que representa cerca de 60% da economia do país, foi muito mais fraco do que esperado.

Se antes do aumento do imposto o país estava vivendo um boom de consumo, hoje os japoneses preferem restringir seus gastos tanto em bens de varejo como em automóveis e imóveis (uma diminuição de 24% em termos anuais).

Na sequência disso, Abe foi forçado a adiar a segunda fase do aumento do imposto para 10%, planejada para o próximo ano, até 2017. É para isso que ele precisa da "voz do povo". Mas será que é mesmo assim? Fizemos esta pergunta a um dos principais membros do Centro [Russo] de Estudos Japoneses, Viktor Pavlyatenko:

"Mesmo agora Abe tem um bom apoio no parlamento. Talvez ele queira ainda mais. Eu não acho que ele fosse mudar o parlamento por causa de uns 2% do imposto, que ainda por cima foram adiados por 2 anos. Sim, a economia está em recessão, mas não 'caiu num buraco'. Isso não é assim tão ruim. E, embora o ranking de apoio ao próprio Abe tivesse caído de 60% para 40%, ele não tem brechas muito grandes nem na política, nem na economia.

No entanto, aparentemente, ele sempre tem certos receios. Abe não teria feito nada só por fazer. Acho que o caso aqui é que, além das reformas fiscais, ele tenciona adotar a chamada lei de 'ação coletiva'.

O gabinete de ministros já anunciou uma nova interpretação do direito à autodefesa coletiva, o que significa uma liberalização do processo de tomada da decisão de uso das Forças de autodefesa na arena internacional. No entanto, isso deve se tornar uma lei, mas mesmo no momento da discussão ficou claro que haverá dificuldades muito grandes. Foi por isso, penso eu, que Abe decidiu mudar a composição atual e assegurar um apoio garantido".

Tendo assumido a liderança do governo em 2012, Abe propôs ao país um plano ambicioso para reavivar a economia, que foi chamado de "Abenomia". Em dois anos, a popularidade do próprio Abe, bem como de seu plano, diminuiu. Mesmo assim, a probabilidade de que seus apoiantes ganhem nas próximas eleições para a câmara baixa do parlamento é bastante grande. Espera-se que as eleições antecipadas sejam realizadas no dia 14 de dezembro.


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