Nesta segunda-feira, 25 de agosto, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou a dissolução do Parlamento e convocou eleições parlamentares para 26 de outubro. Poroshenko declarou que a medida é constitucional, e lembrou que o Parlamento entrou em colapso há semanas atrás. A composição do Parlamento ucraniano continuava sendo a mesma de depois do golpe em fevereiro, quando o imperialismo impulsionou a derrubada de Viktor Ianukovich.
Em meio à guerra civil promovida por Kiev contra Donetsk e Lugansk, estados industriais e mineiros no leste do País, o parlamento encontrava-se paralisado, enquanto os líderes do golpe tentavam aprovar mais verbas para o exército continuar sua ofensiva. A decisão de Poroshenko acontece um dia antes de uma reunião marcada com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No sábado, um comboio de caminhões russos, sob a supervisão da Cruz Vermelha, entregou água e mantimentos para a população civil de Lugansk, severamente desabastecida por causa dos bombardeios ordenados por Kiev. O governo ucraniano considerou a entrada dos caminhões uma invasão russa.
Enquanto a guerra continua, a Ucrânia está à beira do completo colapso econômico e da falência. Entre as ruínas deixadas pela destruição dos golpistas, diversas obras de infraestrutura estão sendo arrasadas: pontes, estradas, aeroportos, gasodutos. O País, que já estava mergulhado na crise econômica e teve um crescimento zero em 2013, já pode ter chegado a um prejuízo de US$ 600 milhões. Para esse ano, as previsões são catastróficas, variando entre uma retração de 5% a 8% do PIB.
Desde o começo da ofensiva do governo golpista de Kiev contra a população do leste da Ucrânia, em Lugansk e Donetsk, cerca de 700 mil civis já fugiram para a Rússia. Entre as tropas de Kiev, voluntários de extrema-direita de todas as partes da Europa dirigiram-se ao País para combater a resistência local.
Nos últimos dias os ataques se intensificaram, deixando a cidade de Lugansk sem fornecimento de água, eletricidade e sem comunicação. Enquanto as tropas ucranianas se aproximam da cidade, mais da metade da população deixou Lugansk, que passou a ter cerca de 200 mil dos 440 mil habitantes que tinha antes da guerra civil.