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050713 golpegitoEgito - Redecastorphoto - [Abdel Bari Atwan] Abdelfattah al Sisi, comandante geral das Forças Armadas, demonstrou que é o presidente de facto do Egito, e a instituição militar demonstrou que é a única instituição sólida capaz de inverter, a qualquer momento, os resultado das urnas, a título de "responder às aspirações do povo e salvaguardar seus interesses nacionais".


Trata-se de um golpe de estado militar com rosto civil, cobertura religiosa e promessas democráticas, o que explica a presença do Sheikh Al-Azhar e do papa da igreja copta na tomada de decisão de derrubar o presidente e seu grupo, os Irmãos Muçulmanos, para lançá-los em destino ignorado, talvez na prisão, na cela ao lado da do presidente Mubarak e os seus.

Quando falamos de rosto civil de um golpe de Estado militar, nos referimos à eleição de um presidente civil provisório, o presidente do Tribunal Constitucional, à convocação de eleições presidenciais e legislativas dentro de seis meses, e à formação de um grupo de especialistas que redijam uma nova Carta Constitucional (...)

A instituição militar pôs-se ao lado da parte mais capacitada para reunir milhões de pessoas nas praças e ruas do Egito, como reza o comunicado divulgado pelos militares. Mas não há dúvidas de que o movimento dos Irmãos Muçulmanos, que esperou 90 anos para chegar ao poder, sentir-se-á agora, concordemos ou não com o que dizem e pregam, como a vítima à qual roubaram a presidência (...)

O exército egípcio planejou bem o dia de ontem (...) E quando dizemos que planejou bem, nos referimos ao fato de que cuidou de garantir a lealdade e o apoio da instituição de Al-Azhar, da Igreja copta, da Frente de Salvação opositora e do movimento Tamarrud, que inclui a geração mais jovem, e usar todos esses lados e setores e seus simpatizantes, para garantir respaldo à sua intervenção crucialmente decisiva.

A pergunta agora é como Al Sisi venderá esse mapa do caminho à parte prejudicada, aos Irmãos Muçulmanos, e qual será a resposta deles, que desfrutam de grande popularidade em todo o mundo rural, depois de terem dito – tanto Mursi, como Al Baltagui e Al Arián, que não se calarão e que lutarão para defender a própria legitimidade até a última gota de sangue (...)

O Egito estava dividido antes do comunicado dos militares, de ontem. Agora, está mais dividido do que nunca, e por isso não nos surpreenderá, nem descartamos a ideia de que os papéis se invertam: a oposição deixará as praças, para ser substituída pelos ofendidos e prejudicados, talvez mais numerosos.

O precedente da Argélia repete-se literalmente no Egito, com pequenas diferenças, a saber, a instituição militar argelina abortou o processo eleitoral no qual os islamistas venceram, antes de os resultados serem anunciados, enquanto os militares egípcios abortaram o processo eleitoral depois de conhecidos os resultados (...)

Somos contra o derramamento de sangue e o uso de armas, seja qual for a justificativa (...) por isso esperamos que os Irmãos Muçulmanos aceitem o que aconteceu, bebam o veneno e preparem-se para as próximas eleições presidenciais e parlamentares, para assim confirmar seu espírito cívico, seu empenho em preservar o Egito e não desperdiçar o sangue de seus filhos, fazendo o que, até agora, seus detratores nunca fizeram: vencer nas urnas.


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