1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

240912 recrutamentoEstados Unidos - Opera Mundi - No meio da Times Square, centro de opulência e consumo de Nova York, onde parecem estar concentrados todos os brilhos e neons da cidade à luz do dia, o Tio Sam, com aquele mesmo indicador em riste do início do século XIX, continua convocando os norte-americanos para a guerra.


Mas hoje o apelo é diferente. Em vez do clássico "I want you for U.S. Army", o tom do convite, agora repaginado, conta com a vontade do outro lado, e vira um tácito "I know you want/need me".

No documentário Roger & Me, de 1989, o cineasta Michael Moore já havia mostrado o recrutamento para as Forças Armadas de jovens pobres e desempregados na cidade de Flint (Michigan), arrasada economicamente com o fechamento de diversas fábricas da General Motors.

O alistamento mostrado no longa era feito de modo precário, com oficiais do exército quase caçando as pessoas em um estacionamento, falando-lhes sedutoramente sobre a carreira militar, como se tentassem convencê-los a comprar uma jóia belíssima, mas de procedência duvidosa. A estrutura do centro da Times Square, por sua vez, surpreende pelo "profissionalismo" e assepsia do convite.

De uns anos pra cá, com a grande crise de fins de 2008 dando rasteira em tanta gente por aqui, a "relação de amor" entre Sam e os norte-americanos mudou. Agora são estes últimos que querem o homem da cartola, e buscam-no em postos como esse, de recrutamento de pessoas para a Marinha, Aeronáutica, Fuzilaria Naval e Exército.

Os que tentam entrar para as Forças Armadas não o fazem tanto (muitas vezes) por vocação ou amor à pátria, mas simplesmente para ter um trabalho, o que comer e onde morar. Com uma carreira de fuzileiro ou marinheiro, por exemplo, o governo mantém essas pessoas alimentadas e abrigadas, com uma profissão em curso – se as manterá mental e fisicamente íntegras após o combate, aí já é outra história.

No posto de recrutamento da Times Square é só chegar, bater na porta e entrar. Ok, não é tão simples assim. É preciso ser cidadão norte-americano ou, pelo menos, ter o Green Card. Aí você entra, senta em um dos guichês (como os de atendimento em repartições públicas) e passa por uma entrevista. Se o entrevistador achar que você tem alguma chance de lutar pela pátria, então você preenche formulários de adesão, providencia documentos e dali por diante passa por um longo período de testes e treinos – que dura cerca de seis meses, segundo informou o oficial autorizado que me atendeu naquele posto. Terminado o período de teste, você abraça o destino que escolheu – Marinha, Exército, Fuzilaria Naval ou Aeronáutica.

"Tem muita gente sem emprego querendo se alistar, muita mesmo", disse-me o policial Javier Alvarez, que fazia a segurança do lado de fora do posto da Times Square. Enquanto conversávamos, um rapazinho de uns vinte e poucos anos entrava no posto com cara de "deve ter algo aqui pra mim".

"Por que você não se alista na marinha?" – perguntou-me Alvarez. "Não sou norte-americana nem tenho Green Card.... e morro de medo de mar". Em todo caso, peguei o telefone do oficial encarregado do recrutamento para a Marinha – o responsável por essa área não estava no posto naquele momento. Vai que me torno cidadã norte-americana. Vai até que aprendo a nadar... (mas que Netuno nunca não permita).


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.