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050912 convencaoromneyEstados Unidos - Pupila Insomne - [Néstor G. Iturbe, Tradução do DL*]A obra de teatro se chama “A cada quatro anos, fraude e enganos”. Trate de ser una obra séria, mas no fundo, é cômica. A burla os enganos estão presentes durante toda a extensão da peça. O principal é que o público não  se dê conta que o estão enganando e portanto aplauda e esteja de acordo com o que dizem os atores.


Levanta-se a cortina para o primeiro ato, denominado “Os republicanos atacam”.

Neste ato todos os oradores tratam de desprestigiar a Obama. Falam de promessas não cumpridas, de como está mal a economia, do desemprego, dos erros cometidos como presidente e o mais grave, que não faz nada e lhe culpam os republicanos.

Os republicanos mostram quão eficiente são, o benefício que a mudança de presidente trará à nação; a importância de não aumentar os impostos aos que mais têm, para que possam fazer investimentos que acabem com o desemprego; os benefícios resultantes de acabar de sair de guerras, sem que isto afete o orçamento de defesa, como é natural; aumentar o preparo das forças armadas dos Estados Unidos  para que todos saibam que se as enfrentarem, perecerão; realmente dominar o comércio mundial e não deixar que os chineses e outros se adiantem e toda uma série de benefícios que se alcançam quando Romney tome o poder.

À metade do primeiro ato, surge uma figura magra, que caminha lentamente e que quando toma o púlpito, irradia uma sensação de serenidade, calma e sossego, muito necessária para todos os norte-americanos. É um pastor Mórmom, que vem explicar as bondades da dita religião e a entrega em e sacrifício do pastor que o antecedeu, Mitt Romney. Fala de seu incansável trabalho, como se ocupa de todos e de tudo,como seu sentimento humano guiava os atos que realizava distribuindo comida aos necessitados, conselhos e muitas vezes financiando tudo com seu próprio dinheiro.

Como isso não é suficiente para mostrar ao compassivo e preocupado Romney, logo entram em cena dois anciãos desconhecidos, que não são figuras políticas, mas que vêm explicar quão bom foi Romney com seu filho de 14 anos, a quem haviam diagnosticado um câncer terminal, do que o pastor se ocupava pessoalmente e inclusive, o ajudou a confeccionar seu testamento antes de morrer. A figura do homem compassivo e preocupado fica na mente de todos, os homens abaixam a cabeça, as mulheres choram e logo uma explosão de aplausos, sem ter ainda terminado o primeiro ato.
 

Depois da compaixão e a razão, vem o símbolo da dureza e a força expansiva, o “cowboy”, personificada nada mais, nada menos que por Clint Eastwood, que em todos os filmes, praticamente sozinho acaba com os “maus” e defende aos “bons”. Esta parte da obra se destaca pelo profissionalismo de Eastwood, que começa um diálogo com a figura ausente de Obama. De ser alguém que viu em Obama uma esperança, como uma grande parte dos norte-americanos, agora lhe cobra as promessas não cumpridas, pelo descalabro econômico e por não saber desempenhar adequadamente seu papel de presidente. Todos riem, se divertem com esta parte, que evidentemente é dirigida aos que ainda não sabem em quem votar,, os independentes, e que puderam se sentir estimulados pelas palavras do homem duro, que disse ter votado em Obama nas eleições passadas e que agora sabe que tem que procurar outro, porque “se o senhor não faz bem seu trabalho, devemos colocar outro que o faça”. O primeiro ato está chegando ao final quando aparece em cena  um homem jovem cheio de idéias que deve reforçar o que foi encenado até esse momento e dar entrada ao ator principal para que realize seu monólogo.  Assim como os que lhe precederam, relata uma história de necessidades e sacrifícios para chegar onde se encontra, ocupando um cargo de Senador representando o estado da Flórida.

Destaca que sua família é de um pequeno povoado chamado Rodas, não precisamente onde ficava o Colosso, mas está certo de que logo poderá sentar-se no portal da que foi sua casa e disfrutar da liberdade. Demonstra que é norte-americano de verdade quando fala dos valores que devem ser defendidos por todos e que serão fortalecidos com a presidência de Romney.

Não necessita esperar mais, abre-se uma cortina negra e sob uma chuva de aplausos, surge Romney, todos querem lhe dar a mão, todos o agradam, sua esposa de um espaço no público o saúda levantando a mão, como se pudesse vê-la, os filhos, os netos e outros da família fazem o mesmo. Sobe ao palco com passos ligeiros, como para demonstrar que está em boa forma, como faz seu adversário quando sobe ou desce uma escada. A torrente de aplausos quase não lhe permite iniciar seu monólogo.

Um passeio por sua vida, seus sacrifícios e dedicação como pastor são suas primeiras palavras. A importância de sua família, seus filhos e sua religião. Sua experiência como governador, onde pôde solucionar no estado  problemas similares aos que a nação enfrenta nesses momentos.  Se pinta como o homem perfeito para a tarefa que deve cumprir.

Fala de política externa e também considera que essa atuação também se deve corrigir, entre outras coisas critica Obama por ter facilitado  As viagens a Cuba que beneficiam à  “tirania de Castro“. Reafirma que os EUA devem ter umas forças armadas temidas no mundo, para que ninguém se equivoque com eles. Não entende como os chineses tÊm que estar financiando o país e de que forma se procedeu para que  os acordos comerciais dos Estados Unidos estejam praticamente estancados , quando  outros países todos os dias assinam estes.

O tom vai subido e o conservadorismo crescendo. Chega ao clímax, com palavras iradas termina seu monólogo, sob gritos irados da multidão que quase não o deixam dizer “God bless América”.

Cem mil balões caem do teto depois que seu companheiro de fórmula aparece em cena. Chuva de aplausos e alaridos.

Fim do primeiro ato.

O segundo ato começa segunda-feira 3. Deve ser algo ao mesmo estilo, também estará cheio de burlas e enganos, mas o que podemos pedir a um sistema como esse?

 

*Tradução de Cássia Valéria Marques para o Diário Liberdade

Foto: Finanzas


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