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chessTomDispatch - [Pepe Escobar] 22 de novembro de 2015. Os EUA estão transfixados por aquele multibilionário circo eleitoral lá deles. A União Europeia está paralisada pela austeridade e pelo medo de refugiados e, agora, de jihadistas tudo-ou-nada nas ruas de Paris. Assim, pode-se entender que mal estejam ouvindo ecos distantes de uma versão chinesa de All I have to do is dream [aprox. "minha única tarefa é sonhar"] de Roy Orbison. E o novo sonho chinês vem até com mapa do caminho.


Rotas da Seda, trens noturnos e a 3ª Revolução Industrial na China

O crooner é o presidente Xi Jinping e o mapa do caminho é o recentemente revelado ambicioso 13º Plano Quinquenal, ou, em versão vídeo-pop, o Shisanwu. Depois de anos de expansão econômica explosiva, o plano santifica o crescimento mais lento, "novo normal" do PIB, de 6,5% ao ano até, no mínimo, 2020.

Também santifica uma fórmula econômica atualizada para o país: sai de cena um modelo antiquado baseado em itens para exportação produzidos por mão de obra barata; e entra em cena o choque do novo, a saber, uma versão chinesa da terceira revolução industrial. E com a liderança da China focada em criar um futuro para a classe média movido por economia de consumo, o presidente diz a quem queira ouvir que, apesar dos temores dentro do governo Obama e em alguns dos países vizinhos, não há motivo para que alguma guerra algum dia apareça na agenda para EUA e China.

Dado o alarme em Washington sobre o que é ali conhecido como ambição expansionista não declarada dos chineses no Mar do Sul da China, Xi foi notavelmente sucinto sobre o assunto. Nem Pequim nem Washington, ele insiste, devem deixar-se apanhar na armadilha de Tucídides, a ideia de que uma potência ascendente e a potência imperial reinante do planeta estejam condenadas a ir à guerra uma contra a outra, mais cedo ou mais tarde.

Há apenas dois meses, em Seattle, Xi disse a um grupo de empresários pesos-pesados da economia digital, que "Não existe no mundo a chamada armadilha de Tucídides. Mas, se os grandes países insistirem sempre nos mesmos erros de cálculo, é possível que eles criem essas armadilhas para eles mesmos."[1]

Pode-se argumentar – e Xi está pronto para iniciar essa discussão – que Washington, a qual, do Afeganistão ao Iraque, da Líbia à Síria, ganhou considerável fama de "errar muito nos cálculos estratégicos" no século 21, pode bem estar errando mais uma vez. Afinal, documentos da estratégia militar dos EUA e altas autoridades do Pentágono já começaram a rotular publicamente a China (além da Rússia) como "ameaça" oficial.

Porém, para compreender por que Washington está começando a pensar desse modo sobre a China, é preciso tirar os olhos por um momento do Mar do Sul da China, desligar a televisão e o berreiro de Donald Trump, Ben Carson e do resto do pelotão, e observar o fator que realmente pode mudar o jogo – ou "ameaçar" –, e que está dando nos nervos do governo dos EUA em Washington, sempre que ali se ouve falar de novo Grande Jogo na Eurásia.

Livro de cabeceira de Xi

Enxames de turistas chineses iPhone-nando para todos os lados e comprando tudo que veem nas grandes capitais do ocidente já prefiguram um futuro eurasiano intimamente atado e ancorado por economia chinesa já voando a plena velocidade rumo àquela terceira revolução industrial. Se sair conforme o plano, a coisa alcançará e coligará tudo, da conectividade total e eficiente infraestrutura high-tech até a expansão de centrais de energia verde, limpa. Usina gigante no deserto de Gobi para converter luz/calor solar em energia, alguém se interessa?

Sim, Xi é leitor do economista e teórico da sociedade Jeremy Rifkin, quem primeiro concebeu uma possível terceira revolução industrial alimentada pela Internet e por fontes de energia renovável.

O que se vê é que a liderança chinesa não tem nenhum problema com a ideia de servir-se de todo o mais avançado poder 'soft' do ocidente e pô-lo a serviço de seus próprios objetivos. De fato, parecem convencidos de que nenhuma possível ferramenta pode ser deixada sem usar, quando se trate de empurrar o país para o estágio seguinte do processo que o Pequeno Timoneiro da China, o falecido Deng Xiaoping, há décadas, também designou como era na qual "enriquecer é glorioso".

Ajuda bem se você tiver $4 trilhões de reservas em moedas estrangeiras e superávits gigantes na produção de ferro e cimento. É o tipo de coisa que permite que você se ponha a "construir nação" em escala paneurasiana. Daí brotou a ideia de Xi de criar o tipo de infraestrutura que possa, no fim, conectar a China à Ásia Central, ao Oriente Médio e à Europa Ocidental. É o que os chineses chamam "Um Cinturão, Uma Estrada": a junção do Cinturão Econômico da Rota da Seda, com a Rota Marítima da Seda do Século 21.

Desde que Xi anunciou sua política de "Um Cinturão, uma Estrada", no Cazaquistão em 2013, a PricewaterhouseCoopers em Hong Kong estima que o Estado já aplicou mais de $250 bilhões em projetos orientados para a Rota da Seda, de estradas de ferro a usinas de energia. Enquanto isso, todos os atores empresariais chineses importantes já estão no mesmo barco, da gigante Huawei de equipamento para telecomunicações, ao monstro do e-comércio, Alibaba (renovada pelo sucesso arrasa-quarteirão do Dia do Solteiro [ing. Singles Day, 11/11). O Banco da China já criou linha de crédito de $50 bilhões para quantidade enorme de projetos relacionados à Rota da Seda. O maior fabricante de cimento da China, Anhui Conch, está construindo pelo menos seis fábricas monstro de cimento na Indonésia, no Vietnã e no Laos. O trabalho, que visa a amarrar junta toda a parte asiática da Eurásia, avança em passo acelerado. Por exemplo, as ferrovias China-Laos, China-Tailândia e Jakarta-Bandung – contratos superiores a $20 bilhões – devem estar construídas, por empresas chinesas, antes de 2020.

Com os negócios avançando, nesse momento a 3ª revolução industrial na China parece mais uma escalada vale-tudo rumo a uma forma nova de modernidade.

Uma "Guerra ao Terror" eurasiana

O plano Um Cinturão, Uma Estrada para a Eurásia vai muito além da expressão "o Grande Jogo", que Rudyard Kipling cunhou no século 19 e que, naquele momento, se aplicava à luta de sombras entre britânicos e russos, pelo controle da Ásia Central. No coração do Grande Jogo do século 21 está a moeda chinesa, o yuan, que pode, dia 30 de novembro, ser incorporada na cesta de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI) que têm Special Drawing Rights. Se for incorporada, significará na prática a total integração do yuan, e, portanto, de Pequim, nos mercados financeiros globais, quando uma cesta extra de países a incluirão nos negócios de câmbio; com isso, os negócios em moeda chinesa podem alcançar o equivalente a trilhões de dólares norte-americanos.

Combinem o projeto "Um Cinturão, Uma Estrada" com o recentemente fundado Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura liderado pela China [ing. Asian Infrastructure Investment Bank] e com o Fundo para Infraestrutura da Rota da Seda de Pequim [ing. Silk Road Infrastructure Fund] (até agora, com $40 bilhões alocados). Acrescente à mistura um yuan internacionalizado, e você terá o trabalho de base para que as empresas chineses super turbinem a própria movimentação rumo a um surto paneurasiano (até mesmo africano) considerável de construção de estradas, trilhos para trens de alta velocidade, redes de fibras óticas, portos, oleodutos, gasodutos e redes de energia.

Segundo o Banco de Desenvolvimento Asiático [ing. Asian Development Bank (ADB)] dominado por Washington, há, no momento, um gap monstruoso, de $800 bilhões, no financiamento da infraestrutura asiática até 2020, gap que anseia por se ver preenchido. Pequim está a caminho diretamente para o que promete ser salto de desenvolvimento econômico daquele tipo que rompe paradigmas.

E não esqueçam os bônus que podem advir, pode-se dizer, desses desenvolvimentos. Afinal de contas, pelo menos nos planos alucinantemente ambiciosos da China, seu projeto eurasiano acabará recobrindo nada menos de 65 países em três continentes, potencialmente afetando 4,4 bilhões de pessoas.

Se for bem-sucedido, esse projeto eurasiano pode, pelo menos em parte, tirar todo o brilho de sedução que tem o jihadismo à moda al-Qaeda/ISIS influenciado pelos wahhabistas, não só na província chinesa de Xinjiang, mas também no Paquistão, Afeganistão e Ásia Central. Imagine o plano como uma nova espécie de guerra eurasiana ao terror, cujas "armas" sejam comércio e desenvolvimento. Afinal de contas, os planejadores em Pequim esperam que o volume anual de comércio do país com seus parceiros de cinturão-e-rota ultrapasse os $2,5 trilhões à altura de 2025.

Ao mesmo tempo, outro tipo de geografia encadeada – que há muito tempo chamo de Oleogasodutostão, a vasta rede de dutos de energia que riscam a região, levando petróleo e gás natural para a China – está começando a surgir. Já se estende pelo Paquistão e Mianmar, e a China planeja dobrar a aposta na tentativa de reforçar a estratégia para escapar do Estreito de Malaca. (Esse ponto de estrangulamento é ainda rota pela qual tem de passar 75% das importações chinesas de petróleo.) Pequim prefere mundo no qual a maior parte da energia que o país importa não viaje por água, onde está à mercê da Marinha dos EUA. Mais de 50% do gás natural da China já chega por terra, vindo dos dois '-stões' da Ásia Central (Cazaquistão e Turcomenistão) e essa percentagem só aumentará quando entrarem em operação, no final da década, os gasodutos que trarão gás natural siberiano para a China.

Claro, o conceito por trás disso tudo, que se pode apresentar em forma de slogan como "rumar para oeste (e sul) é glorioso", pode induzir uma mudança tectônica nas relações eurasianas em todos os níveis, mas isso depende de como vier a ser visto pelas nações envolvidas e por Washington.

Deixando a economia de lado por um instante, o sucesso de toda a empreitada requererá de Pequim habilidades sobre-humanas, item que nem sempre aparece. E há muitos outros problemas a encarar (ou dos quais desviar-se): incluem o complexo de superioridade dos Han de Pequim, item não exatamente muito apreciado pelos grupos étnicos minoritários ou estados vizinhos, assim como a expansão do militares chineses (incluída a Marinha), o conflito nos mares do sul e uma crescente obsessão com a segurança em Pequim. Acrescente a isso uma política exterior de campo minado, que trabalhará contra a preservação de um respeito cuidadosamente calibrado pela soberania dos vizinhos. Acrescente o "pivô" para a Ásia do governo Obama e sua avançada, ao mesmo tempo para formar alianças antichinesas de "contenção" e para distribuir sua própria força naval e aérea por águas próximas da China. E, por fim, não esqueçam a burocracia e o secretismo, itens que nunca faltam na Ásia Central. Tudo isso resulta num formidável pacote de obstáculos ao sonho chinês de Xi e a uma nova Eurásia.

Todos a bordo do trem noturno
[All Aboard the Night Train]

O ressurgimento da Rota da Seda começou como modesta ideia levantada pelo Ministério do Comércio da China. O objetivo inicial limitava-se a arranjar alguns "contratos [extra] no exterior para empresas chinesas de construção". Quanto o país já andou, desde aqueles dias! Saída do zero em 2003, a China acabou construindo, nesses anos, nada menos que 16 mil quilômetros de trilhos para trens de alta velocidade – mais que todo o resto do planeta somado.

E é só o começo. Pequim está agora negociando com 30 países, para construir outros 5 mil quilômetros de trens de alta velocidade, num investimento total de $157 bilhões. O custo, claro, gigante: uma rede made-in-China de alta velocidade (velocidade máxima: 350 km/h) custa cerca de $17-21 milhões por quilômetro. Custos europeus comparáveis: $25-39 milhões por quilômetro. Assim sendo, não surpreende que os chineses tenham apresentado propostas para um projeto de trem de alta velocidade de $18 bilhões para ligar Londres ao norte da Inglaterra, e outro ligando Los Angeles a Las Vegas, derrotando os projetos de companhias alemãs para deitar trilhos na Rússia.

Noutro front, ainda que não seja parte direta do planejamento da Nova Rota da Seda da China, não esqueçam do Acordo sobre Cooperação para Trânsito e Transporte Internacional Irã-Índia-Afeganistão [orig. I-I-A Agreement on Transit and International Transportation Cooperation]. Esse projeto Índia-Irã para desenvolver rodovias, ferrovias e portos foca-se especialmente no porto iraniano de Chabahar, que deve ser ligado por novas rodovias e ferrovias à capital afegã, Kabul, e dali a partes da Ásia Central.

Por que Chabahar? Porque é o corredor de trânsito que a Índia prefere para a Ásia Central e a Rússia, uma vez que o Desfiladeiro Khyber na fronteira afegã-paquistanesa e tradicional ponto de conexão do país para a mesma finalidade, continua volátil demais. Construído pelo Irã, o corredor de trânsito de Chabahar a Milak na fronteira Irã-Afeganistão já está pronto. Por trem, Chabahar estará então conectada à fronteira uzbeque em Termez, que se traduzi em os produtos indianos alcançarem a Ásia Central e a Rússia.

Pense nisso como a Rota da Seda do Sul, ligando o Sul da Ásia com a Ásia Central, e no fim, se tudo sair como o planejado, a Ásia Ocidental com a China. É parte de um plano selvagemente ambicioso para um Corredor Norte-Sul de Transporte [orig. North-South Transport Corridor], projeto conjunto Índia-Irã-Rússia, lançado em 2002 e focado no desenvolvimento do comércio intra-asiático.

Claro, ninguém se surpreenderá ao saber que, também aqui, a China está profundamente envolvida. Empresas chinesas já construíram uma linha de trens de alta velocidade, da capital do Irã, Teerã, até Mashhad, perto da fronteira afegã. A China também financiou uma linha de metrô, do Aeroporto Imã Khomeini até o centro de Teerã. E quer usar Chabahar como parte da chamada Rota da Seda de Ferro, que um dia cruzará o Irã e avançará até a Turquia. Some-se a tudo isso que a China já está investindo na modernização de portos turcos.

Quem perdeu a Eurásia?

Para os líderes chineses, o plano Um Cinturão, Uma Estrada – "um mapa de parceria econômica com muitos anéis interconectados uns aos outros" – é visto como via de fuga do Consenso de Washington e do sistema financeiro global centrado no dólar que o acompanha. E, por mais que as "armas" estejam sendo engatilhadas, o "campo de batalha" do futuro, como os chineses o veem, é essencialmente campo de batalha econômica global.

De um lado os pactos megaeconômicos que Washington promove – as Parcerias Trans-Pacífico e Transatlântica para Comércio e Investimento – que podem dividir a Eurásia em dois blocos. De outro lado, a urgência de um novo programa de integração paneurasiana focado na China, com Rússia, Cazaquistão, Irã e Índia como principais atores. Em maio passado, Rússia e China fecharam acordo para coordenar a União Econômica Eurasiana, UEE [ing. Eurasian Economic Union (EEU)] liderada pela Rússia, com os projetos da Rota da Seda. Como parte dessa parceria estratégica em construção, a Rússia já é fornecedor número um de petróleo para a China.

Com o destino da Ucrânia ainda sem decisão, há, no momento, pouco espaço para o tipo de negociação comercial séria entre União Europeia (UE) e a UEE que possa, algum dia, reunir Europa e Rússia, na visão chinesa de grande escala, continental, de integração de toda a Eurásia. E, especialmente comerciantes alemães, continuam focados e fascinados pelas ilimitadas possibilidades do conceito de Nova Rota da Seda e o modo como pode ligar o continente de modo lucrativo.

Quem esteja à procura de sinais precoces de détente nesse campo, não tirem os olhos dos movimentos da UE para engajar-se economicamente com a Organização de Cooperação de Xangai. No momento, os membros são China, Rússia e quatro "-stões" (Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tadjiquistão). Índia e Paquistão passam a ser membros em 2016, e o Irã tão logo as sanções sejam completamente levantadas. Um segundo passo monstro (mas não é para logo) será que esse diálogo seja o impulso inicial para construir-se uma zona transeuropeia de tipo "um cinturão". Só acontecerá depois que houver solução legítima implantada na Ucrânia e as sanções da UE contra a Rússia tenham sido levantadas. Pensem nisso como a estrada longa e sinuosa que o presidente russo Vladimir Putin tentou vender aos alemães em 2010: uma zona eurasiana de livre comércio que se estenda de Vladivostok a Lisboa.

Claro que Washington não deixará qualquer desses movimentos avançar, se não sobre o próprio cadáver. No momento, na área cercada pela Av. Beltway onde se instala o governo dos EUA em Washington, os sentimentos vão desde previsões apocalípticas sobre a "morte" econômica dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), muitos dos quais têm pela frente deslocamentos econômicos assustadores, embora a integração política, diplomática e estratégica deles todos continue avançando, até temores e, mesmo, a própria antecipação de uma 3ª Guerra Mundial e a invenção de uma "ameaça" russa.

Ninguém em Washington quer "perder" a Eurásia para a China e suas novas Rotas da Seda. No que o ex-conselheiro de segurança nacional dos EUA Zbigniew Brzezinski chama de "o grande tabuleiro de xadrez", as elites de Washington e a 'claque especialistocrática' que segue caninamente aquelas elites jamais se conformarão com ver os EUA relegados à posição de "offshore balancer" [ap. "equilibrador externo"], enquanto a China domina um Eurásia em processo de integração crescente.

Daí advêm aquelas duas "parcerias" e o tal "pivô", a presença naval reforçada dos EUA em águas asiáticas, a neourgência de "conter" a China e a demonização seja da Rússia de Putin seja de alguma 'ameaça' militar chinesa.

Tucídides, vá se catar

O que nos leva de volta diretamente à paixão de Xi por Jeremy Rifkin. Que ninguém se engane quanto a isso: Washington goste ou não goste, a China é, sim, potência emergente na Eurásia e descomunal ímã econômico. De Londres a Berlin, há sinais na UE de que, apesar das muitas décadas de fidelidade transatlântica, há algo atrativo demais, para ser ignorado, no que a China tem a oferecer. Já há movimento em direção à configuração de uma economia digital em toda a Europa e intimamente conectada à China. O objetivo seria um espaço econômico integrado digitalmente à maneira-Rifkin que recubra toda a Eurásia, o qual, por sua vez, seria peça essencial da construção daquela terceira revolução industrial pós-carvão.

A reunião do G20 esse ano foi em Antalya, Turquia, e foi evento turbulento, dominado pelo jihadismo do "Estado Islâmico" nas ruas de Paris. O G-20 em 2016 será em Hangzhou, China, que acontece de ser onde vive Jack Ma e estão as sedes de Alibaba. Nada pode ser mais 3ª revolução industrial que isso.

Na geopolítica, um ano é uma eternidade. Mas e se, em 2016, Hangzhou realmente oferecer uma visão do futuro, de incontáveis rotas da seda e trens noturnos correndo da Ásia Central para Duisburg, Alemanha, visão de futuro que, se pode dizer, será dominada pela visão de Xi? Xi está, no mínimo, dedicado a fazer do G-20 um mecanismo global multipolar para coordenar um quadro de desenvolvimento comum. Nesse quadro, Washington e Pequim podem, sim, vez ou outra, realmente trabalhar juntos, num mundo no qual o xadrez, não as naves de guerra, serão o jogo do século.

Tucídides, vá se catar.

 

Original em: http://www.tomdispatch.com/post/176072/tomgram%3A_pepe_escobar%2C_the_new_great_game_between_china_and_the_u.s./#more

Tradução do coletivo Vila Vudu


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