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iarqSíria - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Os Estados Unidos estão tentando colocar em pé o próprio grupo guerrilheiro, a Nova Força Síria.


Assim como no Iraque (foto), os EUA treinam soldados para seguir seus interesses na Síria, com paramilitares da "Nova Força Síria". Foto: Cpl. Seth Maggard/U.S. Forces Iraq (CC BY-NC-ND 2.0)

A nova milícia, que deveria contar com dois mil milicianos, conseguiu apenas 54 voluntários. Antes de começar as operações foram atacados pela al-Nusra (a al-Qaeda na Síria) e foram obrigados a se retirarem do nordeste de Aleppo para as regiões controladas pelos curdos.

Para al-Nusra, a política dos Estados Unidos representa uma ameaça, pois a derrota do Estado Islâmico poderia direcionar a Nova Força Síria contra a própria al-Nusra. O mesmo aconteceu no final do ano passado e em fevereiro deste ano, quando al-Nusra expulsou de Idlib e Aleppo os grupos ligados aos Estados Unidos Harakat Hazm e a Frente dos Revolucionários Sírios.

A nova operação dos Estados Unidos foi colocada em prática devido aos sucessivos fracassos da CIA no último período. O Exército Sírio Livre se encontra muito dividido. As unidades que a CIA conseguiu treinar e equipar têm presença localizada e o controle é frouxo. Esse foi o caso da Frente Sudeste e da Primeira Divisão da Costa que, inclusive, em ocasiões, têm chegado a participar de operações dirigidas pela al-Nusra, a al-Qaeda na Síria, como tem acontecido, principalmente, em Idlib, Hama e na província de Latakia.

O fracasso da Nova Força Síria teve na base a política da Administração Obama sobre o foco de atuação, que deveria ser exclusivamente combater o Estado Islâmico e não o governo de al-Assad.

O desespero dos Estados Unidos para conseguir um certo controle da situação ficou claro quando colocaram em campo a Nova Força Síria, com apenas 54 combatentes, que não conseguiu se manter em campo nem sequer por alguns dias. O objetivo era usar esse grupo para atrair outros grupos com a promessa de dinheiro, armas e apoio da força aérea. Uma nova tentativa foi anunciada para as próximas semanas.

A divisão da Síria entre vários grupos com interesses distintos atingiu um grau tão intrincado que cada um deles tem desenvolvido uma complexa rede própria de alianças e inimigos que tem tornado a frente única contra o Estado Islâmico mais uma intenção do que uma realidade. Ainda há as diferenças entre os Estados Unidos, a Turquia e a Arábia Saudita, além da Rússia e do Irã, em relação a esses grupos. O Estado Islâmico somente continua atuando no nordeste de Aleppo por causa dessas contradições.

Perante a hostilidade de Jabhat al-Nusra e de Jund al-Aqsa, que têm sofrido ataques da aviação norte-americana nos últimos meses, a única maneira dessa política ter ido em frente teria sido com o apoio de outros grupos, da miríade dos que atuam em Aleppo, que se encontram sob a influência da Turquia, em primeiro lugar, e, em menor escala, da Arábia Saudita e do Catar, como Ahrar al-Sham, a Frente do levante, Halab Fatah e Jaish al-Tawhid.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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