Essa política da Administração Obama tem como objetivo estabilizar a região e se apresentar como alternativa viável para as eleições nacionais de 2016 nos EUA. Foto: Downing Street/Flickr (CC BY-NC-ND 2.0)
Neste momento, a crise passa pelo controle do Estado Islâmico, uma espécie de cachorro louco que saiu de controle.
O efeito colateral é que o levantamento das sanções colocará imediatamente o Irã como membro pleno da OCX (Organização de Cooperação de Xangai), liderada pela China e a Federação Russa.
Um bloco que continua se desenvolvendo em cima dos próprios interesses, contra os interesses do imperialismo, em boa medida.
Os chineses, com a OCX por trás, têm impulsionado o chamado "Novo Caminho da Seda", que busca facilitar o comércio da China com a Europa, incluindo vários países asiáticos e do Oriente Médio. Essa política tem o potencial de implodir a frente única que o imperialismo norte-americano colocou em pé após a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha e a França participam.
O papel do Irã no Oriente Médio
O Irã é uma potência regional de primeira ordem que tem importantes contradições com a Arábia Saudita. O Irã é um componente chave no Caminho da Seda por causa do fornecimento de petróleo e gás.
O recente investimento bilionário dos chineses no Paquistão (U$ 90 bilhões) tem como objetivo viabilizar oleodutos e gasodutos, estes com o objetivo de bombear gás a partir do megacampo de Pars, localizado na fronteira com o Catar. Os chineses querem (precisam) ultrapassar o Estreito de Malacca (localizado entre a Malásia e a Indonésia), que conta com apenas 30 quilômetros de largura e pode ser facilmente bloqueado pela marinha norte-americana. Os Estados Unidos direcionaram nada menos que a metade do orçamento do Pentágono para a região com o objetivo de conter a expansão da China.
No Oriente Médio, o papel estabilizador do Irã é importante já que controla as milícias xiitas no Iraque e é um aliado próximo da poderosa milícia xiita libanesa, o Hizbollah.
Essa política da Administração Obama tem como objetivo estabilizar a região e se apresentar como alternativa viável para as eleições nacionais que acontecerão nos Estados Unidos no próximo ano. Mas essa política se contrapõe à política da ala direita do imperialismo, principalmente do Tea Party, a extrema-direita agrupada no Partido Republicano, aliada, de primeira ordem, dos sionistas israelenses e das obscurantistas monarquias do Oriente Médio.