Em 2014, mais de 500 crianças palestinas foram assassinadas pelo regime sionista, no ataque genocida contra Gaza. Foto: Rusty Stewart (CC BY-NC-ND 2.0)
Nesta sexta-feira (05), completaram-se 48 anos de ocupação do território palestino por parte do regime israelense. Centenas de pessoas manifestaram-se na Cisjordânia e em Gaza pela liberdade do povo palestino e o fim da ocupação mais longa da história moderna.
Apesar de a comunidade internacional apoiar o restabelecimento das fronteiras anteriores a 1967, ela nunca fez nada de efetivo para acabar com meio século de ocupação israelense, segundo Saeb Erekat, membro destacado da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em um comunicado.
"O mundo é responsável pelos contínuos crimes cometidos contra nosso povo", afirmou. Para Erekat, o aniversário da ocupação sionista serve para lembrar "a cumplicidade que a comunidade internacional tem com Israel". "Se cumpletará meio século de ocupação em que temos visto muitas palavras e pouca ação. Infelizmente, Israel continua sendo premiado por violar o direito internacional", disse.
De acordo com ele, "existe uma responsabilidade que não foi assumida" pelas grandes potência, por isso Israel "faz o que tem feito durante todo esse tempo, porque há uma cultura de impunidade que poucos podem disfrutar", diz. "Não há nenhum incentivo para terminar com esta ocupação", completa.
850 mil palestinos feitos prisioneiros desde 1967
Na data em que se completou 48 anos de ocupação criminosa do Estado de Israel sobre o território do povo palestino, o Comitê para Assuntos dos Prisioneiros Palestinos informou que, desde 1967, ao menos 850 mil palestinos foram feitos prisioneiros pelo regime israelense.
Isso significa 20% da população palestina, segundo o órgão, que também informou que, desde então, 206 presos perderam a vida no cárcere, sendo 71 por causa das torturas, 54 por negligência médica e 74 por assassinato. Só em 2014, 3.400 palestinos foram detidos pela ditadura sionista.
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Um comunicado divulgado esta semana pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) apontou que, entre 26 de maio e 1º de junho deste ano, 64 palestinos ficaram feridos na Cisjordânia por causa da repressão das forças de segurança israelenses, a maioria durante protestos de solidariedade com os presos políticos palestinos que estão em greve de fome. Assim, desde o começo do ano já são 933 palestinos feridos pelas forças ocupantes, sendo 11 mortos.
Devido à brutal e criminosa repressão contra o povo palestino, em especial às crianças, a ONG estadunidense Human Rights Watch (HRW) pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que inclua o Estado de Israel na "Lista da Vergonha" do ano em relação às violações dos direitos da infância.
A organização humanitária instou o líder das Nações Unidas a resistir às pressões dos governos dos EUA e Israel, que não admitem a entrada das Forças Armadas sionistas na lista, que deverá ser divulgada na semana que vem.
"O secretário-geral Ban pode reforçar a proteção das crianças durante as guerras fazendo sua lista com base em fatos e não em pressões políticas", afirmou o diretor da HRW, Phillippe Bolopion.
O pedido da HRW é relacionado ao ataque genocida do regime israelense contra Gaza no meio do ano passado, quando 539 crianças foram mortas e 2.956 ficaram feridas, segundo a UNICEF.
A organização estadunidense pediu que o grupo palestino Hamas também integre a lista.